Título: Delcídio, Marta e Pimentel brigam no PT por cargo na direção do Senado
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 11/01/2011, Política, p. A3

Folhapress, de Brasília O PT reúne sua bancada no Senado hoje para escolher o novo líder do partido na Casa e discutir a distribuição de cargos na Mesa Diretora. Os petistas caminham para trocar a primeira-secretaria do Senado pela primeira vice-presidência - o que permitiria ao PT ficar no comando da Casa na ausência do seu futuro presidente.

Apesar de haver acordo para a escolha de José Sarney (PMDB-AP) como presidente do Senado por mais dois anos, os petistas querem evitar que a oposição fique com a primeira-vice. Na atual legislatura, o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) ocupou o cargo e, por causa disso, a oposição comandou algumas votações na ausência de Sarney.

Por ser a segunda maior bancada eleita, com 15 senadores, o PT tem o direito de indicar o segundo cargo da Mesa Diretora. Maior bancada, com 19 parlamentares, o PMDB não abre mão da presidência - o que deixa aos petistas a possibilidade de escolher entre a primeira-secretaria e a primeira-vice.

O primeiro-secretário atua como o "prefeito" do Senado - responsável pelas decisões administrativas da Casa. Já o primeiro-vice tem como tarefa substituir o presidente na sua ausência, o que daria maior tranquilidade política para a presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado.

Nos bastidores, o PT teme que "dissidentes" do PMDB, como Pedro Simon (RS), Jarbas Vasconcelos (PE), Roberto Requião (PR) e Luiz Henrique da Silveira (SC) tragam problemas à presidente nas votações do Senado.

Os senadores Delcídio Amaral (PT-MS), Marta Suplicy (PT-SP) e José Pimentel (PT-CE) deflagraram nos bastidores uma briga pelo cargo da Mesa Diretora.

O nome de Pimentel chegou a ser anunciado para a primeira-secretaria, mas como o partido ainda não bateu o martelo sobre o cargo a ser ocupado, Delcídio e Marta também reivindicam a vaga. Para a liderança, o nome mais cotado é o de Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro da Saúde na gestão Lula.

Os petistas querem escolher o líder em pleno recesso parlamentar para dar início às negociações por demais cargos da Mesa e das comissões permanentes da Casa. O PMDB reivindica o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), posto também cobiçado pelo PT.