Título: Criador do termo Bric redefinirá conceito de mercados emergentes
Autor: Hughes, Jennifer
Fonte: Valor Econômico, 18/01/2011, Finanças, p. C3

Jim O"Neill, que cunhou o termo Bric, está prestes a redefinir o conceito de mercados emergentes e explicará sua nova abordagem a clientes neste mês.

O presidente da Goldman Sachs Asset Management planeja reunir México, Coreia do Sul, Turquia em um novo grupo, juntamente com o Bric - Brasil, Rússia, Índia e China -, o que ele está denominando "mercados em crescimento". "É simplesmente patético denominar esses quatro de mercados emergentes", disse ele ao "Financial Times".

A nova abordagem implicará novas maneiras de mensurar a exposição a mercados acionários, examinando, por exemplo, o Produto Interno Bruto (PIB), o crescimento da receita de empresas e os retornos de ativos.

"Alguns [ativos em] mercados emergentes devem ser negociados como mercados emergentes - eles são ilíquidos e pequenos, e os investidores devem se lembrar disso", disse O"Neill.

"Mas qualquer economia dos mercados emergentes, que já representam 1% do PIB mundial ou mais e têm perspectivas para ampliar essa participação, merece ser levado a sério".

Os países do Bric são frequentemente qualificados de jogada de marketing. No entanto, o termo existente há nove anos tem estimulado a realização de conferências de cúpula reunindo governos, a criação de fundos de investimento e estratégias de negócios, e despertado o interesse de participação por parte de uma série de países.

O"Neill, economista-chefe do Goldman até quatro meses atrás, disse que o termo "mercados emergentes" já não é útil porque abrange países com uma gama de perspectivas econômicas muito grande.

México e Coreia do Sul respondem, cada um, com 1,6% do PIB mundial, em termos nominais. Turquia e Indonésia contribuem com 1,2% e 1,1% do PIB mundial, respectivamente.

A China é a segunda maior economia do mundo, com 9,3% do PIB mundial (aos EUA correspondem 23,6%), ao passo que o Brasil, a Índia e a Rússia, juntos, produzem outros 8%.

O conceito de "mercados emergentes" foi cunhado 30 anos atrás por Antoine van Agtmael, então economista do Banco Mundial e hoje presidente da Emerging Markets Management, uma firma de investimentos. Seu objetivo era substituir termos depreciativos, como "terceiro mundo".