Título: PMDB mantém a liderança em total de filiados
Autor: Lima, Vandson
Fonte: Valor Econômico, 25/01/2011, Política, p. A5

Apesar de ter perdido para o PT o posto de partido com mais representantes na Câmara dos Deputados, na última eleição, o PMDB segue como a sigla com o maior número de filiados no país. Segundo levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PMDB conta com 2,3 milhões de filiados, aproximadamente 1 milhão a mais do que o PT. Na sequência, aparecem entre os cinco partidos com mais filiados PP, PSDB e PTB.

A maior parte dos pemedebistas, 1,5 milhão, está nas regiões Sudeste (926 mil) e Sul (596 mil). Em São Paulo, o PMDB tem o seu maior número de filiados, 517 mil. Sua representação na Câmara, no entanto, é miúda: a sigla elegeu apenas um deputado federal no Estado, Edinho Araújo.

Um quarto dos correligionários do PT, segundo maior partido, está também em São Paulo. No Rio Grande do Sul, onde elegeu o governador Tarso Genro e a presidente Dilma Rousseff iniciou sua vida pública, o PT é somente a quarta força em termos de filiação, atrás de PMDB, PDT e PP. No Maranhão, onde a cúpula do partido comprou briga com sua militância para apoiar Roseana Sarney (PMDB) na eleição estadual, o PT é somente o 8º partido em filiações. É quase do mesmo tamanho que o PV, que tem 929 filiados a menos que os petistas.

O PP, terceiro colocado, é a sigla com mais de filiados em Alagoas e Pernambuco. É a segunda maior no Paraná, além de ser maior que o PT no Mato Grosso e em Goiás.

O PSDB, apesar de governar São Paulo há 16 anos - com a vitória de Geraldo Alckmin, chegará a 20 anos ininterruptos - é apenas o quarto maior partido em filiações no Estado, considerado seu reduto político. As derrotas nas últimas três disputas presidenciais, não afetaram o crescimento do número de filiados nos últimos oito anos. É o mesmo caso do DEM, que perdeu representatividade no Congresso como oposição, mas cresceu em filiações ano a ano. A herança de Antonio Carlos Magalhães, governador da Bahia por três vezes, ainda é forte no Estado, onde o DEM tem 91,8 mil filiados. O partido também tem bases sólidas no Sul. Em Santa Catarina, governado por Raimundo Colombo, o número de demistas (122 mil) é quase tão grande quanto em São Paulo (127 mil).

O PTB só cresceu depois de incorporar o PSD, em 2003. Partido dos ex-presidentes Gaspar Dutra e Juscelino Kubitschek, extinto pela ditadura militar e refundado na década de 1980, o PSD tinha, até 2002, 231,1 mil filiados.

Partidos recém-criados são os que mais crescem em um período curto. O PRB, do ex-vice presidente José Alencar, cresceu quase 60 vezes em relação a 2006, quando estreou em eleições.

O PSOL, criado a partir de um racha do PT depois do escândalo do mensalão, em 2005, saltou de 5,5 mil filiados em 2006, ano em que Heloísa Helena foi a candidata à Presidência, para 41,2 mil em 2010. Sua militância está localizada essencialmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, por onde elegeu os deputados federais que teve até hoje.

Dos partidos sem representação no Congresso, apenas o PTN, do qual fez parte o ex-presidente Jânio Quadros tem mais de 100 mil filiados. Já o PCO é o menor partido do país, com 2,8 mil filiados e praticamente sem representantes em vários Estados. No Paraná, o PCO tem sete filiados. No Tocantins, apenas dois.