Título: IOF maior não diminui interesse de estrangeiro
Autor: Otoni, Luciana
Fonte: Valor Econômico, 02/02/2011, Finanças, p. C9

O aumento de 2% para 6% no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não arrefeceu o interesse do investidor estrangeiro pelos títulos brasileiros. A avaliação foi feita ontem pelo do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, ao apresentar estatísticas que indicam que a participação dos não-residentes entre os detentores de papéis federais fechou dezembro último em 11,56% do total da dívida mobiliária.

O percentual leva em conta a implantação do novo cadastro no sistema Selic, que identifica a real titularidade dos papéis. Sem essa metodologia, a participação dos estrangeiros seria de 10,25%, ou seja, praticamente o mesmo patamar de antes da elevação do IOF.

As estatísticas gerais da dívida mobiliária atestam a progressiva melhora na composição do passivo. No ano passado, os principais parâmetros permaneceram dentro das bandas estipuladas pelo Programa Anual de Financiamento (PAF) 2010. O estoque, que possuía limite de expansão de R$ 1,730 trilhão, fechou 2010 em R$ 1,694 trilhão.

Em termos de composição, todas as diretrizes foram cumpridas: a parcela dos títulos prefixados ficou em 36,6% do total (o mínimo era 31%), a dívida indexada à Selic em 30,8% (o máximo era 34%) e a parte vinculada a índices de preços em 26,6% (o mínimo era 24%). A dívida de curto prazo a vencer em 12 meses ficou em 23,9% (as bandas eram 24% e 28%)

Para 2011 há três mudanças no PAF. A primeira é que as emissões de LTNs terão quatro pontos de referência. Além dos atuais 6, 12 e 24 meses de prazo passarão também a ter 36 meses. A segunda é que o Tesouro equilibrará o estoque do prefixados. Hoje está concentrado em janeiro e julho. Ele será melhor distribuídos, incluindo os meses de abril e outubro. (LO)