Título: Analistas internacionais veem chances com cautela
Autor: Máximo , Luciano
Fonte: Valor Econômico, 18/02/2011, Brasil, p. A4

Quando o Brasil sinalizou em Roma que disputaria a direção-geral do Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o sentimento quase generalizado foi de que enfim o país conseguiria uma vitória por cargo na administração internacional. Na época, falava-se no presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou em Celso Amorim, então ministro das Relações Exteriores do Brasil. Quando o escolhido foi José Graziano da Silva, certos observadores acharam que as chances diminuíram e ficaram mais cautelosos.

Com a entrada de dois europeus na disputa, o espanhol Miguel Angel Moratinos e o austríaco Franz Fischler, a prudência aumentou. Isso porque os dois podem concentrar votos dos países desenvolvidos, por um lado, e rachar votos em algumas regiões. A África, onde o Brasil vem se expandindo diplomaticamente, repetidamente votou no final em candidatos europeus, decepcionando negociadores brasileiros em várias eleições em órgaos internacionais.

A prudência sobre as chances de Graziano permanece. Um argumento em seu favor é de que, havendo seis candidatos, não haverá eleito no primeiro turno. E ele provavelmente estará como segunda ou terceira opção de vários países. Em sua campanha, Graziano joga com vários papéis para mostrar sua força: foi ministro, acadêmico, diretor regional da FAO, e trás a experiência brasileira do programa de agricultura familiar.