Título: Educação vai perder R$ 1 bi
Autor: Oliveira, Ribamar; Otoni, Luciana
Fonte: Valor Econômico, 01/03/2011, Brasil, p. A3

Do corte de R$ 3,1 bilhões nas despesas discricionárias do Ministério da Educação (MEC), dois terços foram acrescentados por parlamentares na passagem do projeto de lei orçamentária pelo Congresso Nacional. O próprio ministro da Educação, Fernando Haddad, esclareceu ontem, em Pernambuco, que a pasta perderá R$ 1 bilhão em relação ao que foi inicialmente previsto no Orçamento. Segundo Haddad, a redução não deverá afetar políticas educacionais do governo federal. "Nosso orçamento iria de R$ 62 bilhões [em 2010] para R$ 70 bilhões [neste ano]. Agora vai para R$ 69 bilhões. Em 2002, eram R$ 17 bilhões", informou o ministro, em nota.

Haddad mencionou o ensino superior e garantiu que ele será preservado. Isso porque o Ministério do Planejamento informou que as 61 universidades federais e institutos tecnológicos devem passar por auditorias para revisão de gastos. O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira Brasil, explicou que as auditorias citadas são, na verdade, um pedido da Secretaria de Planejamento e Orçamento do MEC aos reitores para fazerem um exercício de redução de 10% dos gastos de custeio e 50% das despesas com diárias e passagens aéreas.

"Somos um pouco diferentes dos outros ministérios, porque nos encontramos num momento de expansão, os alunos estão chegando, não dá para absorver grandes reduções. Um corte de programas é impensável", reitera Brasil. Segundo ele, os cortes nas universidades não serão lineares.