Título: Usinas do Brasil são mais seguras, diz Mercadante
Autor: Whitehouse, Mark; Barta, Patrick
Fonte: Valor Econômico, 16/03/2011, Internacional, p. A12

As usinas nucleares de Angra 1 e 2, as únicas instaladas no Brasil, têm sistemas de segurança e controle de energia mais eficientes que a de Fukushima, diz o ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), Aloizio Mercadante.

Segundo o ministro, o incidente nuclear japonês não alterou em nada os processos atuais de segurança ligados ao complexo de Angra. No médio e longo prazo, disse Mercadante, o que ocorrerá é a absorção de aprendizado decorrente do acidente de Fukushima. "A natureza está nos deixando uma série de lições importantes", comentou.

As usinas de Angra foram estruturadas para suportar terremotos de até 6,5 pontos na escala Richter e ondas de até 7 metros de altura, uma configuração que, segundo o governo, está dentro das normas mais rígidas de segurança, dada a condição geológica do país. Apesar da condição ideal garantida pelo governo, as usinas de Angra certamente não seriam construídas hoje, dadas as regras atuais, que exigem uma densidade populacional inferior à da região do litoral carioca.

Questionado sobre o atraso nos planos nucleares do Brasil, Mercadante disse que o assunto não compete à sua pasta e que será analisado pela presidente Dilma Rousseff e demais ministérios que, de alguma forma, fazem uso de combustível nuclear.

O retardamento de projetos como a construção de quatro novas usinas, porém, já é dado como consequência inevitável pela Eletronuclear, estatal controlada pela Eletrobrás. Na Câmara já se articulam a criação de uma comissão mista para debater a viabilidade de novos projetos.