Título: Multinacionais começam a remover executivos de Tóquio
Autor: Whitehouse, Mark; Barta, Patrick
Fonte: Valor Econômico, 16/03/2011, Internacional, p. A12

Agências internacionais

Várias empresas multinacionais começaram a transferir seu pessoal do Japão ou a retirá-los de Tóquio, temendo que os cortes de energia elétrica e um possível desastre nuclear maior afetem seus negócios.

A Pimco, maior fundo de investimentos do mundo, suspendeu as operações em Tóquio as está transferindo para outros locais, como Sydney, na Austrália. O Société Générale começou a deslocar mais de 200 funcionários de Tóquio.

Outros grupos financeiros, incluindo as gestoras de ativos BlackRock e Fidelity, têm ajustado suas mesas de negociação nos EUA e em centros regionais asiático, como Hong Kong ou Cingapura, para permitir aos funcionários japoneses trabalhar a partir de outros locais. A empresa americana de private equity Blackstone transferiu parte de seu pessoal japonês para fora da cidade de Tóquio, enquanto os expatriados se mudaram para Hong Kong, para os EUA e para Cingapura.

Dezesseis bancos dos EUA e europeus divulgaram comunicados dizendo que não tinha realizado evacuação do pessoal.

No setor industrial houve também um certa debandada do pessoal estrangeiro. A alemã Bosch, que emprega 8 mil pessoas em 36 locais no Japão, disse que tinha evacuado 200 funcionários e familiares. "Nós estamos deixando para nossos funcionários decidirem se eles querem ficar", disse um porta-voz.

A montadora alemã BMW disse que 50 de seus funcionários estrangeiros e suas famílias voltaram para suas casas.

A Ericsson disse que estava evacuando funcionários estrangeiros não essenciais de volta para seus países de origem.

Os executivos da companhia de navegação Maersk, que tem seis escritórios no Japão, também foram transferidos para Cingapura, com suas famílias.

Empresas de voo charter, como a britânica Air Partner, disseram que estão fretando seus aviões para diversas empresas que estão retirando pessoal do Japão.

A Lufthansa e a Air France deixaram de voar diretamente para Tóquio e agora fazem escala e Seul, uma mudança que significa que as suas tripulações não têm de pernoitar na capital japonesa. A Lufthansa também desviou seus pousos em Tóquio para Nagoia e Osaka.

As empresas aéreas americanas e britânicas dissertam que estavam voando normalmente para o Japão.