Título: Brasileiras retiram empregados e familiares
Autor: Whitehouse, Mark; Barta, Patrick
Fonte: Valor Econômico, 16/03/2011, Internacional, p. A12

De São Paulo

A Brasil Foods e o Banco do Brasil retiraram funcionários e seus familiares do Japão em meio ao aumento dos temores com o risco de disseminação da radiação. A Petrobras fechou temporariamente seu escritório em Tóquio, alegando dificuldades com o racionamento de energia na capital japonesa.

A Brasil Foods (união da Sadia e da Perdigão) informou ontem que transferiu para Cingapura sete funcionários de seu escritório na capital japonesa, Tóquio. Segundo a empresa, outros quatro preferiram ficar em Tóquio, Nagoya e Yokohama com suas famílias. Quase todos os 11 funcionários são japoneses, informou ontem a empresa sem dizer um número exato.

A companhia disse que a decisão "tem o objetivo de atender aos interesses dos funcionários, bem como ajudar o Japão no trabalho de recuperação, deixando que o país se preocupe com as pessoas que não tem outra opção a não ser ficar nos lugares atingidos". O escritório do Japão é um dos maiores da empresa no exterior. A transferência para Cingapura não altera as operações na região, disse a empresa.

O Banco do Brasil informou que "até o momento, não há nenhuma determinação para que os seus funcionários voltem ao Brasil ou sejam transferidos para outros países". Mas disse que quase todos os familiares dos 11 brasileiros expatriados já deixaram o Japão com passagens pagas pelo banco. Nenhum dos funcionários saiu.

Brasília não recomenda viagens ao Japão, mas não emitiu nenhuma orientação para que brasileiros que estão no país retornem.

No caso da Petrobras, a empresa vai transferir algumas de suas atividades para Okinawa (ilha a sudoeste do Japão), onde está a refinaria Nansei Sekiyu. A Petrobras tem cerca de 20 empregados brasileiros no país. Já a Vale disse que não ter "no momento, planos de retirada de empregados de Tóquio", onde tem um escritório. Em Matsuzaka, a empresa tem uma planta de níquel.