Título: Governador paulista espera que aliança continue
Autor: Lima, Vandson
Fonte: Valor Econômico, 17/03/2011, Política, p. A10

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, espera que o PSDB e o DEM permaneçam aliados após a eleição do novo presidente demista, José Agripino Maia (RN). Alckmin lembrou que as duas legendas têm uma parceria política de longa data e espera que isto possa prosseguir por mais tempo. "São nossos parceiros, já foram em outros processos eleitorais, são no governo. Então queremos continuar juntos", afirmou o governador. Alckmin não quis avaliar a situação política do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, um dos principais derrotados na disputa interna do DEM. O governador lembrou que na terça-feira, quando os demistas elegiam a nova direção em Brasília, ele e o prefeito estavam em um evento na avenida Jacu-Pêssego apresentando investimentos na Zona Leste de São Paulo. "Sob o ponto de vista político e administrativo, se depender de nós, vamos continuar juntos, trabalhando juntos", disse ele.

A parceria administrativa não se repete politicamente. Alckmin e Kassab são desafetos desde que o então governador de São Paulo, José Serra, apoiou veladamente o demista na disputa à Prefeitura de São Paulo, em 2008, apesar de o PSDB ter lançado o nome de Alckmin para o mesmo cargo.

Mesmo assim, o governador de São Paulo não aponta o senador Aécio Neves (PSDB-MG) como o grande vencedor na disputa interna pela presidência do DEM. Como Kassab deve deixar a legenda, Serra perdeu seu principal interlocutor no partido aliado. "É muito cedo para tirar conclusões sobre as eleições de 2014. Eu sei que existem dois tipos de ansiosos na vida: os políticos e os jornalistas", disse o governador paulista usando o bordão que costuma repetir em todas as conversas com jornalistas.

Alckmin não considerou uma surpresa a vitória de Barros Munhoz (PSDB) para a presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo. Para ele, mais importante do que ter um aliado na presidência da Assembleia, é assegurar a proporcionalidade dos partidos na Mesa Diretora da Casa.

Alckmin foi evasivo ao comentar as denúncias que pesam contra Barros Munhoz, acusado de desviar R$ 3,1 milhões quando era prefeito de Itapira: "As investigações estão em curso e nós precisamos aguardar a conclusão delas."