Título: Deputado articula frente para se lançar candidato em São Paulo
Autor: Agostine, Cristiane
Fonte: Valor Econômico, 10/03/2011, Política, p. A5

De São Paulo

O deputado federal Gabriel Chalita (PSB) pretende lançar-se à disputa pela prefeitura de São Paulo em 2012 com apoio de partidos de centro e de esquerda. A articulação com o PDT, PCdoB, PTB e PMDB já começou e poderá se configurar em uma frente ampla, para quebrar a polarização entre PT e PSDB.

"Se for candidato do PSB vou buscar fazer coligações. Não é só para ter mais tempo de TV. Isso é um processo importante em uma campanha eleitoral", disse ao Valor. " Tem partidos de centro que são interessantes. O PMDB que é um partido de centro e tenho uma relação excelente com [Michel] Temer. Converso muito com Campos Machado [presidente estadual do PTB], tenho muito respeito por ele. Converso na Câmara com Paulinho, do PDT. Almocei com o pessoal do PCdoB, com quem tenho diálogo fácil", comentou.

Ao atrair tradicionais aliados petistas, Chalita deverá esvaziar o palanque do PT. Para o deputado, existe a possibilidade de composição com os petistas, caso o partido o apoie. Em 2010, os partidos partidos discutiram uma composição em torno de Ciro Gomes (PSB) para o Estado, mas a conversa não prosperou.

A negociação da candidatura de Chalita pelo PSB, no entanto, depende da possível incorporação da sigla a ser criada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). Chalita anunciou que se Kassab migrar para o PSB, ele deixará o partido.

O deputado pretende capitalizar os 560 mil votos que obteve em 2010. Segundo colocado na lista dos mais votados em São Paulo para a Câmara, Chalita já foi sondado pelo PMDB para filiar-se ao partido. Outra possibilidade cogitada pelo parlamentar é a criação de uma nova legenda, sob a bandeira da Educação.

A pré-candidatura de Chalita é a primeira a ser colocada. "Quem está na política tem que olhar desafios e São Paulo é um grande desafio. Tem gente que olha e fala que é inadministrável. Não acho. Se tiver boa equipe, vontade de resolver os problemas, isso é possível", disse. "Não descarto [a candidatura]. Quero fazer parte de um projeto político para melhorar São Paulo".

No PT e no PSDB, não há definição. Os petistas apostam em um novo nome, como os dos ministros Fernando Haddad (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde). Há também disputa na bancada de deputados. O ministro Aloizio Mercadante (Desenvolvimento) e a senadora Marta Suplicy não são a prioridade, por terem sido derrotados nas últimas eleições majoritárias. No PSDB, o maior impasse é sobre a candidatura de José Serra. Outros nomes são os do senador Aloysio Nunes Ferreira e dos secretários estaduais José Anibal e Bruno Covas. (C.A.)