Título: Ano deve ser difícil para a economia
Autor: Felício, César
Fonte: Valor Econômico, 09/03/2011, Especial, p. A12
Analistas veem 2011 como um ano muito difícil para o Egito. Os investidores externos dificilmente se arriscarão enquanto o país não resolver problemas práticos imediatos, como a composição do governo e regras de transparência.
"Os investidores precisam ser convencidos de que o Egito adotará regras de transparência. A economia precisa desesperadamente disso", disse Samer Shehata, professor-assistente na Universidade Georgetown, em Washington.
Shehata afirma que só com grandes mudanças estruturais o país conseguirá diversificar sua economia e dar a ela mais agilidade. "É preciso que os investidores tenham confiança no país. E, por enquanto, a situação ainda é muito incerta", disse ele.
Para Wael Ziada, diretor da corretora EFG-Hermes, no Cairo, "a crescente instabilidade da região e as informações tornadas públicas recentemente sobre corrupção devem ter impacto por todo o ano sobre as companhias listadas em bolsa no Egito. E isso terá reflexos em todo o mercado".
A Bolsa do Cairo registrou perdas de 21% até o mês passado, quando teve suas operações suspensas - o pior resultado em todas as bolsas do mundo.
Por outro lado, os pilares da economia ainda podem se recuperar com certa presteza.
O Egito tem um PIB nominal de cerca de US$ 215 bilhões que cresceu 4,2% em 2009 e 5,2% no ano passado. O setor de turismo é o principal e pode se recuperar com alguma velocidade; e o Canal de Suez vai de vento em popa, graças à recuperação econômica global.