Título: Aliados divergem sobre operação militar
Autor: Seib, Gerald F.
Fonte: Valor Econômico, 22/03/2011, Internacional, p. A12

Agências internacionais Nem bem começou, e a intervenção militar ocidental na Líbia já provoca divergências entre os principais governos que participam das operações.

Ontem, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, disse que seu governo não descarta o envio de tropas para o território líbio. A resolução da ONU, que aprovou ataques aéreo e medidas para proteger civis no país, não autorizou o envio de soldados dos países aliados em solo líbio.

Nos EUA, o presidente Barack Obama garantiu que não enviará tropas à Líbia. Já Hague, questionado ontem se isso era uma possibilidade, disse que "podem surgir circunstâncias em que esse tipo de coisa aconteça". E acrescentou: "Seria tolo descartar isso".

Ontem, um míssil destruiu o complexo residencial do ditador Muamar Gadafi. Não havia informações claras sobre feridos.

O ataque abriu outra polêmica entre os aliados. Sem responder diretamente sobre o bombardeio, o mesmo Hague disse que não considera ser inteligente divulgar os detalhes aprovados pela ONU sobre quem ou o que poderia ser bombardeado. No domingo, o secretário de Defesa, Robert Gates, dizia que a campanha militar não deveria mirar Gadafi diretamente.

Entre os aliados, há também um desgaste com a França. Segundo o jornal "Financial Times", diplomatas disseram que Paris lançou no sábado um primeiro ataque à Líbia sem informar os EUA e o Reino Unido. A França está sendo acusada também de bloquear outros países da Otan de se envolverem mais diretamente nas operações.