Título: Pacote de socorro pode chegar a ¿ 70 bilhões
Autor: Spiegel, Peter; Chaffin, Joshua
Fonte: Valor Econômico, 25/03/2011, Internacional, p. A11

Agências internacionais

O socorro a Portugal pode chegar a ¿ 70 bilhões, disseram duas autoridades europeias com conhecimento direto da questão. Essa estimativa ocorre num momento em que o rating da dívida portuguesa foi rebaixado, o que deve piorar a situação do país.

Cálculos preliminares mostram que o custo de uma linha de ajuda financeira a Portugaç ficaria entre ¿ 50 bilhões e ¿ 70 bilhões, disse um alto funcionário que pediu para não ser identificado.

Sem medidas para cortar gastos, Portugal caminha para ser o terceiro país da zona do euro a receber ajuda. Grécia e Irlanda foram os primeiros, com pacotes exigindo cortes nos gastos públicos e alta de impostos. Nos últimos meses, Portugal lutava contra a ameaça de ter de recorrer a fundos externos, alegando que sua situação não era como a da Irlanda ou da Grécia.

Para provar isso, o governo socialista de Sócrates fechou acordo com a UE de que traria o déficit para 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no fim de 2011, depois de passar de 7% em 2010.

"É absolutamente inevitável que Portugal tenha de ser socorrido", disse David Leduc, diretor do gestor de fundos americano Standish.

Um rebaixamento do rating da dívida pela Fitch Ratings deu um outro golpe na frágil situação do país. A agência de classificação de risco rebaixou em dois graus a nota soberana de Portugal por causa dos "riscos crescentes" em relação à capacidade de financiamento do país.

A rejeição do Parlamento português em votar novas medidas de austeridade e a posterior renúncia do premiê José Sócrates na quarta-feira "reduziram a credibilidade do programa de reformas estruturais e orçamentárias de Portugal", disse a Fitch.

Uma das três maiores agências de classificação de risco, a Fitch decidiu rebaixar a nota de Portugal para A-. No dia 23 de dezembro a nota portuguesa já tinha sido reduzida para A+.

O juro para o título de cinco anos bateu seu recorde, chegando a 8,4%, antes de retroceder um pouco. (Com a Bloomberg)