Título: Agenda interna tem prioridade social
Autor: Sabadini, Tatiana
Fonte: Correio Braziliense, 09/08/2010, Mundo, p. 14

O ritmo frenético da agenda diplomática não impediu JuanManuel Santos de se dirigir também aos colombianos e suas preocupações mais imediatas. O novo presidente tomou posse à frente deumgoverno que inaugura ministérios encarregados de alguns dos problemas mais agudos do país: desemprego, moradia e saúde. Com 2,5 milhões de desocupados, que correspondem a 11,6% da população ativa, a Colômbia ostenta a segunda taxa mais elevada da América Latinae isso a despeito de a economia ter crescido com média anual no patamar de 4% nos oito anos de governo de Álvaro Uribe, graças à atração progressiva de investimentos externos.

Onovo presidente assumiu anunciandoumplano de choque para gerar empregos. Com o campo, a infraestrutura, a moradia, a mineração e as inovações, colocaremosemmarcha o tremdo progresso, da prosperidade.

E ele puxará os vagões da indústria, do comércio e dos serviços, que são os maiores geradores de vagas, profetizou Santos.De olho também nos mais de 45% dos colombianos que continuam abaixo da linha da miséria, ele prometeu dedicar todos os esforços a combater a pobreza e o desemprego. Ameta para os quatro anos de mandato é reduzir a taxa de desocupação à casa deumdígito.

A ideia do novo chefe de Estado é fazer social uso dos êxitos da política de SegurançaDemocrática, a joia da coroa do governo de seu antecessor e mentor, Álvaro Uribe. No discurso pronunciado na Praça de Bolívar, diante da Casa de Nariño e do Congresso, Santos anunciou para breve um projeto de lei para acelerar a expropriação de fazendas confiscadas de narcotraficantes, dos paramilitares de direita e da guerrilha esquerdista.

As terras serão redistribuídas entre os camponeses, queemmuitos casos eram os proprietários ou ocupantes originais e foram obrigados pela força a abandoná-las. Vamos trabalhar para que eles disponham das melhores terras da Colômbia e possam explorá-las, afirmou.

O êxodo da população rural para cidades grandes e médias, principalmente as capitais regionais, motivou outra prioridade fixada pelo novo governo: a construção de moradias.

Comumsaldoacumuladodemaisde 3 milhões de pessoas deslocadas pelo conflito armado, o presidente definiu o objetivo de construir até 2014 pelo menosummilhão de unidades habitacionais.

Para isso, os subsídios destinados ao setor serão duplicados.