Título: Fundos de commodities atingem US$ 376 bi no mundo
Autor: Rosa, Silvia
Fonte: Valor Econômico, 07/04/2011, Eu e investimentos, p. D2
De São Paulo
Ainda engatinhando no mercado brasileiro de gestão de recursos, os fundos de investimento em commodities já movimentam bilhões lá fora. Segundo levantamento do Barclays Capital, o volume de recursos aplicados no mercado de commodities somou US$ 376 bilhões em 2010. "Houve um crescimento na base dos investidores, principalmente de institucionais, que buscam nas commodities um hedge contra a inflação", afirma Nelson Alves, diretor de investimentos estruturados para a América Latina, do Barclays Capital. O banco atua na estruturação dos contratos de derivativos que integram essas carteiras.
Depois da forte alta das commodities agrícolas, com o índice CRB Reuters atrelado a esses ativos registrando alta de 27,73% no ano passado, Alves destaca que o interesse dos investidores para metais está voltando com mais força neste ano, principalmente para cobre e alumínio.
Para Jorge Ricca, gerente executivo de fundos de renda variável da BB DTVM, o cenário internacional ainda continua favorável às commodities, com a perspectiva de manutenção do forte crescimento da economia chinesa e a recuperação da economia dos Estados Unidos. Apesar do vento a favor para alocação em commodities, Ricca acredita que a participação desses ativos nas carteiras dos fundos de investimentos deve aumentar apenas à medida que a taxa de juros básica no Brasil caia para patamares menores no longo prazo.
Além de uma carteira de capital protegido ligada ao ouro lançada em março, o Itaú Unibanco possui dois fundos atrelados a um índice diversificado de commodities - o Dow Jones UBS Commodity Index Dow Jones-UBS Index 3 Month Forward - além de um relacionado a crédito de carbono, somando ao todo R$ 275 milhões sob gestão nesses produtos.
O fundo de commodities destinado ao segmento private, lançado em junho de 2010, acumula valorização de 195% do CDI, e o voltado para os clientes de alta renda de varejo do Personnalité, que iniciou a operação em agosto de 2010, de 176%. Ambas as carteiras não contam com barreira de alta. "O comportamento do mercado futuro é diferente do acionário. Muitas vezes, mesmo em um cenário de alta para as commodities, as ações das empresas ligadas a esses ativos não têm a mesma performance", destaca Bruno Morier, gestor de fundos estruturados do Itaú.
O HSBC lançou em abril do ano passado um fundo de capital protegido que também segue esse índice diversificado de commodities. O retorno máximo oferecido pelo fundo é de 135% do índice, garantindo a preservação do capital em caso de cenário negativo. O banco tem ainda um fundo de capital protegido atrelado ao índice do ouro Gold NPM Index. "Optamos pela estrutura de fundo de capital protegido para os investidores irem se familiarizando com esse mercado de commodities, ainda pequeno no Brasil", diz Flávio Arruda, diretor de produtos da HSBC Asset Management.
O Santander, por sua vez, tem um fundo que investe em uma cesta de commodities metálicas. A carteira, composta por cobre, níquel, platina e zinco, lançada no começo de 2010, já captou R$ 86 milhões.