Título: Mantega sinaliza mais medidas anti-inflação
Autor: Lamucci, Sergio
Fonte: Valor Econômico, 08/04/2011, Brasil, p. A4

De Brasília

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, indicou ontem que a decisão do governo em conter a inflação por meio da maior restrição ao crédito pode não se limitar ao aumento de 1,5% para 3% no IOF das operações de empréstimos e financiamentos feitos por pessoa física.

Ao comentar, em Brasília, a alta de 0,79% do IPCA em março, acima do previsto pelos analistas de mercado, Mantega afirmou que o governo adotará medidas para conter a elevação de preços no setor de serviços, sinalizando que o aumento no IOF informado ontem pode ser sucedido de outros anúncios, tal como se observa na ação a conta-gotas de reforço da política cambial.

"Há sinais de queda da inflação de serviços. Estamos vigilantes. Vamos tomar medidas em relação a isso, mesmo sabendo que daqui a pouco a inflação de alimentos cairá", afirmou.

O ministro atribuiu o IPCA acima do previsto no terceiro mês do ano ao comportamento dos preços dos alimentos, que, segundo ele, foram influenciados pela entressafra e por chuvas mais intensas.

"Todos os analistas se enganaram. Houve um repique da inflação de alimentos, que não era esperado. Isso tem a ver com o regime de chuvas. Foi excepcional porque em todo ano a esta altura os preços dos alimentos começam a cair", avaliou.

Mantega disse esperar que a pressão dos alimentos comece a arrefecer a partir de abril. Ao se referir, à pressão advinda do setor serviços, ele preferiu não indicar quando esses tipos de preços começarão a aliviar o IPCA.