Título: Aquisições do país asiático no mundo já somam US$ 24,5 bi no trimestre
Autor: Leo, Sergio
Fonte: Valor Econômico, 12/04/2011, Brasil, p. A4

De Genebra As empresas chinesas já fizeram aquisições de US$ 24,5 bilhões no exterior no primeiro trimestre deste ano, quase metade do valor de todo o ano passado, ilustrando a política de Pequim de aumentar de maneira exponencial seus investimentos no estrangeiro.

Desde 2008, os chineses gastaram US$ 166,1 bilhões com 939 aquisições de empresas no exterior, de acordo com o provedor de dados Dealogic, de Londres. Em comparação, no fim de 2005 a China tinha investimentos totais de US$ 26 bilhões em 150 países.

Enquanto empresários brasileiros, acompanhando a presidente Dilma Rousseff em Pequim, dizem buscar investimentos chineses em áreas de valor agregado, a China continua concentrando as aquisições em setores como petróleo, gás e mineração, que representaram 72% do total investido até março.

Globalmente, desde 2008 os chineses investiram apenas 2% do total em setor de tecnologia e 1,1% em siderurgia. Na medida em que a economia continua a crescer, Pequim enfrenta risco de escassez de matérias-primas, especialmente petróleo, minério de ferro, alumínio e urânio, e acelera os vínculos comerciais com a Austrália, Brasil, Rússia e outros países ricos de recursos naturais.

As aquisições chinesas no Brasil entre 2008-2011 foram de US$ 12,9 bilhões, ou 7,8% do total. Mas analistas estimam que o valor é bem maior, já que boa parte dos investimentos é registrado através de Hong Kong, Caribe e outras áreas. Os investimentos chineses no exterior estão crescendo na contramão da queda global de Investimentos Diretos Estrangeiros (IDE) desde a crise financeira de 2008. A ação chinesa é apoiada pelas gigantescas reservas internacionais de US$ 3 trilhões

O governo de Pequim encoraja as empresas estatais a fazer aquisições no exterior, com recursos parcialmente financiados por taxas de juros altamente subsidiadas dos bancos públicos. Essa situação continua causando fricções, sobretudo quando os chineses concorrem com outras empresas para fechar negócios.