Título: Embratur prepara mudança de perfil até setembro
Autor: Komatsu , Alberto
Fonte: Valor Econômico, 29/04/2011, Empresas, p. B4

A Embratur, autarquia do Ministério do Turismo para a promoção do Brasil no exterior, vai encaminhar até setembro para a Casa Civil um novo modelo jurídico para mudar a sua atual atribuição. O objetivo é ganhar mais flexibilidade para fechar parcerias com a iniciativa privada e aumentar os investimentos em campanhas promocionais. A informação é do presidente da Embratur, Mário Moysés, no cargo desde setembro do ano passado. Físico de formação, ele conta que três modelos estão sendo considerados. E explica que, atualmente, a Embratur tem limites para fechar parceria com multinacionais para campanhas promocionais do país no exterior, ao contrário, por exemplo, do que acontece com o organismo promotor de turismo da Inglaterra, que tem apoio da coreana Samsung.

"O modelo de fundação pública de direito privado não prosperou porque se colocou junto outros setores que são corporativos, como o de hospitais universitários", diz Moysés. Ele se referiu a uma tentativa do governo de meados de 2007 de implementar um novo modelo de gestão pública. A meta era dar mais agilidade aos serviços públicos e permitir a contratação de profissionais com salários de mercado.

No caso do Ministério do Turismo, a então ministra Marta Suplicy pretendia transformar a Embratur, atualmente um instituto, em fundação para implementar políticas públicas. Nessa época, Moysés era o secretário-executivo do ministério.

A Embratur quer elevar o seu fôlego de investimento, que neste ano será o mesmo do ano passado, de R$ 140 milhões. Uma das prioridades da autarquia é aumentar o turismo entre os países da América do Sul e o Nordeste brasileiro. "Não temos nenhum voo direto entre a Bahia e Santiago, no Chile. Estamos trabalhando com operadoras de turismo em cima de "charters" e com as empresas de voos regulares", afirma Moysés.

Os projetos em execução da Embratur têm como objetivo praticamente dobrar a quantidade de turistas estrangeiros no país, dos 5,1 milhões do ano passado para 10 milhões em 2020. Entre 2014 e 2015, a ideia é atrair 7 milhões de pessoas.

Outra frente de trabalho é ampliar o número de Escritórios Brasileiros de Turismo (EBTs) no exterior. São empresas contratadas para dar mais agilidade na identificação de polos emissores de turistas. Atualmente são 10 EBTs e o plano é instalar ao menos mais seis até dezembro, em regiões como Escandinávia, Leste Europeu e Europa.