Título: DEM e PSDB reafirmam aliança em posse de Garcia
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 03/05/2011, Política, p. A6

O deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP) tomou posse ontem no cargo de secretário de Desenvolvimento Social do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em meio a um clima de festa pré-eleitoral. Cerca de cem prefeitos do interior de São Paulo, além de deputados e vereadores, lotaram o hall nobre do Palácio dos Bandeirantes em torno do novo secretário, também pré-candidato a prefeito da capital paulista. Além do governador Alckmin e de seu secretariado, participaram do encontro a cúpula nacional do DEM - o presidente da legenda, senador José Agripino Maia (RN); o ex-senador Marco Maciel; o líder na Câmara, ACM Neto (BA); e o líder no Senado, Demóstenes Torres (GO).

A posse serviu de palco para DEM e PSDB reafirmarem aliança para as eleições de 2012 em São Paulo e no Brasil. "Vamos ter eleições no ano que vem. O casamento está feito. Da minha vontade, onde o PSDB for mais forte, o DEM vai apoiar. E eu queria que, onde o DEM for mais forte, o PSDB apoiasse", afirmou o presidente do DEM.

O governador de São Paulo classificou a cerimônia de "consolidação da aliança" das duas legendas. Alckmin ofereceu a Garcia o que considera a área mais importante de seu governo. "Hoje, a prioridade absoluta é o desenvolvimento social, a erradicação da miséria", disse Alckmin.

Garcia foi para o lugar de Paulo Alexandre Barbosa, que segue para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, antes ocupada pelo vice-governador do Estado, Guilherme Afif Domingos. Afif foi afastado da secretaria porque deixou o DEM rumo ao projeto partidário do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o PSD.

Garcia se disse pré-candidato a prefeito, embora a aliança em torno de seu nome não tenha sido fechada com os tucanos. Segundo Garcia, sua pré-candidatura a prefeito, colocada por Agripino, está "integrada ao contexto político do governador Geraldo Alckmin para o ano que vem para a cidade de São Paulo".

"O PSDB coloca candidatos a prefeito, assim como o DEM, um aliado, tem na minha figura um candidato a prefeito. No momento certo, vamos avaliar uma possível aliança. Estamos juntos e comprometidos com o mesmo projeto", disse Garcia, um ex-aliado do prefeito Kassab que quase migrou para o PSD.

Enquanto os dois partidos sofrem baixas para o PSD ou para partidos da base governista federal, o mote dos discursos de ontem foi o fortalecimento da oposição. "Somos alvo de ataques para reduzir a oposição. Mas aviso: vamos resistir até o limite máximo", afirmou Agripino.

A possibilidade de fusão entre PSDB e DEM foi descartada. "Não está na pauta e não está sendo tratado", disse ACM Neto.

Na semana passada, Alckmin defendeu o debate sobre a fusão entre DEM, PSDB e PPS e disse "ver com bons olhos" a ideia. Ontem, durante a posse, afirmou ser um tema "delicado". A chance é tida como remota por integrantes de ambas as siglas devido a divergências ideológicas e regionais, como no Rio Grande do Sul.

O histórico de alianças entre os dois partidos começou em 1994, quando Marco Maciel foi indicado para vice do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB)