Título: Câmbio ajuda exportações americanas
Autor: Power, Stephen ; Chazan, Guy
Fonte: Valor Econômico, 12/05/2011, Internacional, p. A13

Agências internacionais

As exportações dos EUA dispararam em março graças ao dólar fraco e ao aquecimento da demanda mundial. Foi um salto de 4,6% em relação ao mês anterior. As vendas atingiram US$ 172,7 bilhões, a maior marca desde 1992.

Apesar do avanço, o déficit comercial americano cresceu devido ao aumento dos gastos com a compra de petróleo. Os números foram divulgados ontem pelo Departamento do Comércio.

"Levou dois anos e meio, mas o nível das exportações finalmente voltaram aos patamares pré-recessão", disse Paul Dales, economista da Capital Economics em Toronto.

As exportações para o Canadá, América Central e América do Sul bateram recordes de alta. Para a União Europeia, as vendas foram as maiores desde julho de 2008. Mas foi principalmente em razão da forte demanda de países em desenvolvimento que os exportadores americanos venderam tanto em março. Automóveis, produtos químicos e equipamentos agrícolas foram alguns dos itens que puxaram o desempenho do setor. Com a China, o déficit comercial americano diminuiu um pouco em março para US$ 18,1 bilhões.

O dólar desvalorizado tornou os produtos americanos mais baratos mundo a fora. Desde o início do ano, a moeda americana perdeu 5,2% de seu valor em relação à cesta de moedas. Em relação ao euro, a perda foi de quase 7% este ano.

As importações totais cresceram 4,9%, para US$ 220,8 bilhões - muito em função do petróleo, cujo preço médio chegou a US$ 93,76 por barril. É o preço mais alto desde setembro de 2008.

Foi esse um dos fatores que mais pesaram no aumento de 6% do déficit comercial americano, que chegou a US$ 48,2 bilhões - o maior desde junho de 2010.

Para Pierre Ellis, economista da Decision Economics, em Nova York, os dados do comércio poderão dar mais munição para integrantes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) que defendem uma política monetária mais dura para conter a ameaça da inflação. "Isso [os dados] é a retomada do crescimento, algo que os integrantes ortodoxos do Fed estavam esperando."