Título: Demanda maior dos emergentes manterá petróleo caro, diz a AIE
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Fonte: Valor Econômico, 13/05/2011, Internacional, p. A12
A alta nos preços do petróleo provavelmente não dará trégua à economia mundial, apesar de a demanda mundial ter se mantido inalterada pela primeira vez desde 2009, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).
O boletim mensal "Oil Market Report", divulgado ontem, contém a primeira evidência consistente de que os preços começaram a conter a demanda, particularmente na América do Norte.
O consumo mundial petróleo permaneceu quase praticamente inalterado em março, subindo só 0,4% em comparação o mesmo mês de 2010. Esse foi o menor aumento desde meados de 2009. Nos países desenvolvidos, a demanda total diminuiu 2,8%.
A AIE advertiu que esse comportamento foi afetado pelo feriado de Páscoa e "acontecimentos excepcionais", especialmente o terremoto no Japão. No entanto, o relatório apontou "uma perspectiva mais fraca para a América do Norte, onde os preços elevados do petróleo podem, finalmente, ter começado a afetar a demanda de petróleo". A AIE prevê que consumo total de petróleo na América do Norte cairá 194 mil barris por dia em 2011, uma revisão para baixo dos 220 mil b/d. No ano passado, em contraste, a demanda de produtos petrolíferos nos EUA cresceu 609 mil b/d.
A AIE prevê que a demanda total de derivados de petróleo nos países industrializados cairá, neste ano, num volume de 230 mil b/d, numa queda de 0,5%, e crescerá em 1,5 milhão b/d no mundo em desenvolvimento, ou seja, um aumento de 3,6%. Isso se traduzirá num crescimento de 1,5% na demanda mundial neste ano, ou menos da metade dos 3,3% em 2010. A AIE acredita que os preços provavelmente permanecerão elevados, em cerca de US$ 110, neste ano, em comparação com US$ 80 em 2010.
A produção total da Opep diminuiu em 1,3 milhão b/d desde o início da crise na Líbia, em fevereiro. Considera-se improvável que o cartel decidirá elevar a produção, ao reunir-se em 8 de junho, em Viena.