Título: Marta Suplicy assume interesse por prefeitura e rearticula base petista
Autor: Basile, Juliano
Fonte: Valor Econômico, 07/06/2011, Política, p. A8

São Paulo

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) reconheceu ontem que tem interesse em disputar a Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2012. A petista argumentou que a decisão de concorrer ao cargo, que já ocupou entre 2001 e 2004, depende apenas do partido. Isso porque Marta não é a única aposta da legenda para a corrida municipal na capital paulista.

Os ministros de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e de Educação, Fernando Haddad, também são cotados para a eleição paulistana. Os dois, no entanto, não se manifestam sobre o assunto. "O partido tem vários nomes à disposição. O meu é um deles. Agora, depende do PT", disse Marta após participar de um evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo aliados da ex-prefeita, Marta já estaria, inclusive, em contato com a base petista para assegurar seu nome na disputa municipal. A estratégia tem como objetivo reatar os laços com antigos colaboradores que se distanciaram da senadora nos últimos anos. Desta forma, Marta teria melhores condições de disputar uma prévia com Mercadante, apontado como candidatura natural desde que quase alcançou o segundo turno na eleição estadual de 2010.

Questionada se a pré-candidatura à prefeitura de São Paulo do deputado federal Gabriel Chalita, recém-filiado ao PMDB, favorece o PT na medida em que poderia dividir o voto do eleitor identificado com o PSDB, Marta disse que ainda é cedo para avaliar. "Se vai beneficiar ou não, é uma incógnita. Não sabemos a força política dele", declarou. Chalita e o PMDB são vistos pelo PT como a chapa dos "sonhos".

Apesar disso, os pemedebistas sinalizam que não abrem mão da disputa. A própria filiação de Chalita foi costurada pelas lideranças regionais com a garantia de que o deputado seria candidato no município. O acordo, inclusive, teria tido o aval do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que ontem, descartou a possibilidade de concorrer ao cargo.

"Hoje não estou pensando em ser candidato em 2012. Aliás, nunca pensei e nem o partido tem esse compromisso comigo", afirmou Skaf, que assim como Chalita, trocou o PSB pelo PMDB. "Neste momento, o PMDB tem uma pré-candidatura, e eu respeito", acrescentou. Apesar do discurso conciliador, Skaf sinalizou que poderia entrar na corrida municipal caso fosse convocado pelo partido.

"Eleições são circunstâncias momentâneas. Entrei no PMDB para ajudar na reconstrução, mas quando você entra em um partido, de certa forma coloca seu nome à disposição. Agora, são decisões do partido, e não individuais", afirmou.