Título: Setubal defende meta menor de inflação
Autor: Otoni, Luciana
Fonte: Valor Econômico, 31/05/2011, Brasil, p. A3
Do Rio
O Conselho Monetário Nacional (CMN) deveria buscar metas de inflação mais desafiadoras de forma a contribuir para a inserção do país no cenário internacional de maneira mais consistente. A opinião é do conselheiro do Itaú Unibanco Alfredo Setubal, para quem a meta menor deve ser incentivada mesmo no atual cenário de inflação cadente. Atualmente, a meta definida pelo CMN é de 4,5% ao ano, com variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
"Acho que é importante para uma sinalização. Acho que as metas têm que ser mais difíceis de serem atingidas. Metas fáceis não são metas desafiadoras", afirmou Setubal, que participou ontem do Rio Investors Day, no Rio de Janeiro. "Para ter um país inserido no cenário internacional de uma maneira consistente, acho que a inflação tem que estar nos níveis internacionais e hoje a gente vê a inflação internacional em 1%, 2%, muito mais baixas que a inflação brasileira", acrescentou.
Para 2011, o executivo vê um cenário de inflação em alta no acumulado em 12 meses até setembro (podendo alcançar 7%), apesar da tendência de taxas mensais menores. No último trimestre, a taxa acumulada deve recuar, e fechar o ano próxima a 6%. Setubal não acredita que a inflação caminhará para o centro da meta em 2012, quando, diz ele, deverá fechar entre 5% e 5,5%. "A inflação internacional está forte, com as commodities, e isso tem uma pressão grande. A economia brasileira ainda tem um nível de indexação alto de preços e salários e isso dificulta que a inflação caia rapidamente."