Título: Prefeituras aumentam oferta de serviços gratuitos
Autor: Meyge, Adriana
Fonte: Valor Econômico, 20/06/2011, Empresas/Tendência & Debates, p. B8

De São Paulo

As prefeituras de grandes cidades, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo, estão investindo cada vez mais em academias gratuitas para a população. A maioria é ao ar livre, em regiões de baixa renda.

Em Curitiba, elas se multiplicam mais rápido: foram inauguradas 64 em quinze meses e a meta é atingir 156 unidades até o fim do ano. O Rio de Janeiro também tem dois projetos a céu aberto em plena expansão: os 52 pontos atuais devem chegar a 140 em 2012.

Em menor escala, também estão sendo criadas academias cobertas, com equipamentos de musculação semelhantes aos das comerciais. Em Belo Horizonte, já são 30. Em Curitiba, os usuários têm aula de ioga.

A oferta gratuita de estrutura para a prática de exercícios tem o objetivo de combater problemas de saúde, como diabetes, hipertensão e obesidade na população carente e prevenir doenças entre os idosos. Além de sinalizarem o cumprimento do papel da prefeitura de levar bem-estar aos cidadãos, as iniciativas têm potencial de retorno, pois podem reduzir gastos com a saúde pública.

Em Curitiba, a prefeitura tem três academias com esteiras, bicicletas e aparelhos de musculação no parque Barigui, no centro da cidade e num bairro de classe baixa. Duas delas também oferecem aulas em grupo - como ioga, alongamento e corrida.

Já a primeira academia ao ar livre de Curitiba foi inaugurada em março de 2010. Hoje a cidade tem 64 espaços e a projeção da prefeitura é atingir 156 até o fim do ano. A maioria dos praticantes são idosos.

A capital mineira, por sua vez, abriu sua primeira academia pública em 2006 e hoje conta com 30, espalhadas pelas nove regionais da cidade. Dessas, 11 já tiveram expansão de turno, funcionando pela manhã e à noite. O programa é implantado em áreas de vulnerabilidade social e custa aproximadamente R$ 10 milhões mensais à prefeitura.

Bolas, "steps", arcos, pesos feitos com garrafas pet e areia, caneleiras, cama elástica e cordas levam a atividade física a 16,3 mil pessoas nas "academias da cidade", como são chamadas. A média de idade dos alunos é de 45 anos. A meta da prefeitura de Belo Horizonte é ter 48 unidades até 2012.

A Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação paulistana mantém academias de ginástica em três de seus clubes-escola. A maioria do público mora perto dos locais e tem renda entre um e três salários mínimos. A intenção, segundo a secretaria, é chegar a atingir todas as regiões da capital.

A prefeitura de São Paulo também criou, a partir de parcerias, duas academias de musculação nos Centros Educacionais Unificados (CEUs) Campo Limpo e Inácio Monteiro. As atividades começaram em 2010 e, este ano, além de serem procuradas pela terceira idade, também têm atraído jovens de 16 a 25 anos.

O projeto Academia Carioca da Saúde, lançado há dois anos, leva equipamentos para os postos de saúde do Rio de Janeiro. Hoje 4,7 mil usuários se exercitam nas 24 unidades distribuídas pela cidade. Cada uma conta com um ou dois instrutores.

De acordo com a prefeitura, após quase dois anos de funcionamento, os resultados observados na saúde dos praticantes levaram à expansão da proposta. A previsão é ter pelo menos 60 academias até o fim de 2012 --16 serão instaladas ainda este ano.

A demanda de adolescentes está crescendo nos últimos meses, especialmente entre aqueles com sobrepeso. O custo de aquisição total de cada espaço - cujo modelo padrão tem dez equipamentos com módulos triplos - varia de R$ 20 mil a R$ 22 mil.

A primeira academia da terceira idade no Rio foi instalada em 2009. Hoje são 28, com aulas em dois turnos. A meta é chegar a 80 unidades até o fim de 2012. (AM)