Título: Mercadante nega elo com escândalo dos aloprados
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 28/06/2011, Política, p. A8
De São Paulo
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, negou ontem ter participado da compra de um suposto dossiê contra o ex-governador José Serra (PSDB), nas eleições de 2006. Segundo o ministro, a denúncia só foi retomada por conta da morte do ex-governador Orestes Quércia, outro suspeito de envolvimento no "escândalo dos aloprados", como ficou conhecido o caso. Hoje, ao prestar esclarecimentos na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Mercadante negará também a participação da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, no esquema.
Segundo denúncias da revista "Veja", o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso, um dos acusados da compra do suposto dossiê e atual secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, teria dito que Mercadante foi o mentor da compra do suposto dossiê contra o tucano. Ainda de acordo com a revista, a compra teria sido financiada por dinheiro do caixa dois da campanha do PT e pelo então candidato do PMDB ao governo paulista, Orestes Quércia, morto em 2010.
Ontem, Mercadante rebateu as acusações e disse ter sido inocentado há cinco anos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pela Procuradoria Geral da República e pela Comissão Parlamentar de Inquérito que analisou as denúncias. "Não há um único indício, não uma única menção que sugira qualquer tipo de envolvimento", disse o ministro, durante evento com empresários, em São Paulo. "Lançaram agora por uma única razão: porque Quércia morreu. Ou alguém acha que poderia fazer essa ilação se Quércia estivesse vivo? Ele era meu aliado? Esteve comigo em algum momento? Ele nunca foi meu aliado", declarou. Segundo o ministro, essa especulação envolvendo Quércia foi feita há cinco anos, mas "a investigação simplesmente desprezou porque achou que não tinha nenhuma procedência".
Segundo a "Veja", Ideli teria participado das negociações para a compra de um dossiê falso contra o Serra, que disputava e venceu a eleição contra Mercadante. O ministro negou. "Cinco anos depois, é inaceitável tentar envolver a Ideli. Ela acabou de virar ministra. [A denúncia] não tem nenhuma base, nenhum indício, nada que possa levar a esse raciocínio", disse.
O ministro evitou falar sobre sua eventual pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo, em 2012. Questionado, disse apenas que é "candidato a ministro".