Título: Alckmin negocia emendas para aprovar LDO
Autor: Agostine, Cristiane ; Ulhôa, Raquel
Fonte: Valor Econômico, 01/07/2011, Política, p. A10

De São Paulo

Sob pressão da base aliada pela liberação de emendas, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sinalizou com a liberação de mais recursos aos parlamentares e conseguiu aprovar ontem na Assembleia Legislativa a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2012. Às vésperas do recesso no Legislativo, o tucano articulou a votação do reajuste aos professores da rede estadual e a permissão para captar R$ 9,3 bilhões em financiamentos para obras de infraestrutura.

Nos últimos dias, o secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, acompanhou de perto as conversas com a Assembleia Legislativa, para tentar minimizar a insatisfação na base. As críticas se concentraram na bancada do PSDB, partido do governador, que criticavam Alckmin por ter deixado os parlamentares tucanos à margem das negociações. O governo se comprometeu a executar mais emendas a partir de julho. Os deputados reclamam da falta de repasse de recursos.

Na queda de braço com o Executivo, os parlamentares conseguiram fazer alterações nas propostas em votação. um exemplo foi o reajuste nos salários dos professores da rede estadual de ensino: o governo queria que fosse retroativo a julho, mas os parlamentares conseguiram fazer com que valesse a partir de junho. A mudança custará cerca de R$ 300 milhões ao Estado e dará aos deputados algum protagonismo político nos ganhos salariais da categoria (de 13,4% para este ano).

O governador iniciou sua gestão enfrentando dificuldades com sua base política. Dentro da gestão, o principal problema foi com seu vice, Guilherme Afif Domingos, que está construindo junto o PSD junto com o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab. Alckmin demitiu Afif da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e teve de fazer uma minirreforma em seu secretariado ainda no primeiro semestre da administração.

A relação com a Assembleia também foi tumultuada, com a cobrança dos aliados por mais recursos e maior participação no governo, com cargos. Para pressionar o Executivo, os deputados frearam o andamento do reajuste dos professores - bandeira de Alckmin para evitar greves na Educação - e autorizações para captação de financiamentos para infraestrutura. Na Assembleia houve desentendimentos entre o líder do governo na Casa, Samuel Moreira (PSDB), com o presidente da Assembleia, Barros Munhoz (PSDB), e o líder da bancada do PSDB, Orlando Morando. (Com agências noticiosas)