Título: No Planalto, PT do Sul espera reverter declínio
Autor: Marques*, Luiz Felipe
Fonte: Valor Econômico, 24/06/2011, Política, p. A10
Para o Valor, de São Paulo
Ao nomear Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti para a Casa Civil e o Ministério de Relações Institucionais, respectivamente, a presidente Dilma Rousseff reforçou politicamente o PT sulista para reverter o declínio do partido na região. Nas últimas eleições a bancada federal petista perdeu um deputado em cada um dos três Estados do Sul. O primeiro passo para a reversão desse declínio é a eleição municipal de 2012 em que o PT já começa a negociar alianças.
A sigla ganha força nos três Estados e, já sentindo o bom momento, se prepara para aproveitar ainda mais a influência da presidente e das ministras. O maior beneficiado tende a ser o Paraná, que tem planos ambiciosos de formar uma base sólida nos municípios e conta com a presença do casal de ministros Gleisi e Paulo Bernardo (Comunicações). Este movimento tem olhos em 2014, quando a própria Gleisi deve ser candidata ao governo do Estado, podendo quebrar a hegemonia do PSDB em possível aliança com um quase ex-tucano, o ex-deputado federal Gustavo Fruet.
Já em Santa Catarina, a chegada de Ideli ao núcleo decisório do governo tem um impacto menos evidente. A capital Florianópolis é vista como muito distante das possibilidade do partido no Estado, que ainda corre o risco de perder a Prefeitura de Joinville, maior cidade catarinense. Lá, o atual prefeito Carlito Merss vem sofrendo com greves municipais e pode deixar o cargo sem a reeleição.
O Rio Grande do Sul terá sua primeira eleição sob a influência de um poderoso trio de cabos eleitorais petistas: além da presidente, e do governador Tarso Genro o governo ainda tem a ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário. O atual prefeito, José Fortunati (PDT), aliado ao PMDB, PSDB e DEM, tem cortejado o PT para sua reeleição, mas o partido resiste. A candidatura da deputada federal Manuela D"Avila (PCdoB) é no momento a que mais agrada o partido, que não descarta uma candidatura própria.
*Texto produzido no Curso de Jornalismo Valor Econômico