Título: Salário de diretor do FMI é maior do que o da FAO
Autor: Moreira, Assis
Fonte: Valor Econômico, 06/07/2011, Brasil, p. A2

Pelo menos em termos de salário, compensa bem mais ser eleito diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), para evitar bancarrota de países, do que da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), focada no combate a fome no mundo. O brasileiro José Graziano da Silva, eleito há oito dias para a direção da FAO, teve seu salário aprovado pelos países sem aumento em relação ao do senegalês Jacques Diouff, que ele sucederá em janeiro de 2012.

O Valor apurou que Graziano receberá US$ 250 mil por ano de salário mais US$ 50 mil de gastos de representação e residência paga. São cerca de US$ 25 mil por mês, livres de impostos.

Por sua vez, a francesa Christine Lagarde, também eleita na semana passada, vai ganhar 1,1% a mais que seu antecessor Dominique Strauss-Khan no FMI, porque o FMI indexa o salário ao custo de vida americano. Sua remuneração anual será de US$ 551,7 mil no total - US$ 467,9 mil de salário e US$ 83,7 mil de gastos de representação. Por mês, são US$ 45 mil.

Outra diferença é que Lagarde vai ser pressionada a dar empréstimos a países ameaçados de bancarrota. Na FAO, Graziano vai correr para tentar obter dinheiro dos países doadores para programas da entidade. A assembleia anual aprovou reajuste de 1,5% no orçamento da FAO (US$ 1,015 bilhão anual), mas o pedido era de 5,7%. A outra parte do orçamento, mais importante, que vem de doações, está complicada. Vários países estão preferindo doar a programas contra fome de outras entidades.