Título: Banco tem agrônomos e veterinários
Autor: Adachi, Vanessa
Fonte: Valor Econômico, 06/07/2011, Finanças, p. C1
No lugar de recém-formados em administração, economia ou contabilidade, o Banco JBS foi buscar em escolas como Esalq/USP, Unesp e federais do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul seu exército de vendas. Zootecnistas, veterinários e agrônomos foram treinados em matemática financeira, normas bancárias e crédito para vender os produtos do banco. "Poderíamos ter ido à FGV e ensinado aos formandos a diferença entre o boi e a vaca, mas preferimos o caminho inverso", diz Emerson Loureiro, presidente do banco JBS, em fase final para unir suas operações com o Matone. Para o executivo, essa fórmula criativa deu à força de venda do banco grande capacidade de avaliar os negócios com mais potencial e oferecer linhas de crédito a eles.
O JBS foi criado para trazer para o setor bancário o pecuarista. "Por causa da informalidade do setor, diferentemente do agricultor, o pecuarista não é bancarizado", diz ele. "O pecuarista tem a fazenda e os bois, mas muitas vezes não tem dinheiro disponível para fazer um investimento, por exemplo."
Dentro do novo banco, essa ainda será uma área muito importante, ao lado do consignado. Hoje, a carteira de crédito "agrária" do banco é de apenas R$ 600 milhões, comparada aos R$ 2 bilhões do Matone. "Num prazo longo, queremos que as duas áreas sejam equivalentes. Mas a dinâmica do crédito no setor pecuário é mais lenta que a do consignado."
De acordo com Loureiro, no futuro o banco não descarta atuar em outros ramos do agronegócio.
Da mesma forma, o banco faz planos para atuar no segmento de crédito imobiliário. "O Matone é o único banco médio que tem autorização para atuar em crédito imobiliário. Mas no momento não temos os recursos humanos nem o conhecimento para entrar no segmento", diz o executivo.
O novo banco terá um quadro com 850 pessoas - 150 do banco JBS e os 750 do Matone. (VA)