Título: Produção se recupera e sobe em maio
Autor: Martins, Arícia; Lamucci, Sergio
Fonte: Valor Econômico, 04/07/2011, Especial, p. A12

A produção industrial em maio cresceu 1,3% sobre abril, feito o ajuste sazonal, recuperando-se do tombo do mês anterior - cujo resultado foi revisado para cima elo IBGE. Em vez de uma queda de 2,1% em relação a março, houve um recuo mais modesto, de 1,2%. No entanto, também houve uma mudança em todos os dados anteriores, desde janeiro de 2010, mostrando "um crescimento menor no início do ano de 2011 do que previamente divulgado", como notou o Banco Fator, em relatório. A produção de março subiu apenas 0,3% sobre fevereiro, e não 1,1%. No ano, a indústria cresce 1,8% e no acumulado em 12 meses, 4,5%.

O crescimento da produção industrial em maio, ainda que robusto, não foi visto pelos analistas como uma retomada firme, porque indicadores referentes a junho sugerem um quadro pouco animador para o segmento. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do HSBC, por exemplo, recuou de 50,8 pontos em maio para 49 pontos em junho, ficando abaixo de 50 pela primeira vez desde novembro de 2010. Um indicador abaixo de 50 indica retração da atividade industrial.

Mesmo com essas ressalvas, o patamar da produção industrial em maio atingiu o novo recorde da série histórica, iniciada em 1991, ficando 0,1% acima do recorde anterior, atingido em março. Apesar disso, o ritmo de crescimento é visto pelo IBGE como "mais moderado". Para o gerente da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo. a "indústria alcançou o patamar de março, mas já com movimento de menor intensidade de crescimento".

Os maiores destaques de maio foram os setores de bens duráveis, com alta de 2,7% sobre abril, e de bens de capital, com avanço de 1,7%. Macedo lembrou que, no mês anterior, a produção desses dois segmentos havia caído com força. (SL e Rafael Rosas, do Rio)