Título: Qualidade do ensino em debate
Autor: Boechat, Juliana
Fonte: Correio Braziliense, 30/08/2010, Cidades, p. 22

A qualidade da educação pública é assunto que sempre rende muito debate, assim como inúmeras propostas durante uma campanha eleitoral. No Distrito Federal não é diferente. Escolas depredadas, falta de professores e de estímulo para os alunos, violência nas salas de aula e pouca verba para investimentos são algumas das reclamações recorrentes de pais e alunos. Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio de 2009, divulgados em julho deste ano, refletiram a defasagem do ensino oferecido pelo GDF. O levantamento do governo federal apontou diversas instituições públicas de ensino entre as últimas colocadas do ranking local e nacional.

Para tentar amenizar e reverter essa situação, os candidatos ao Palácio do Buriti prometem utilizar os recursos disponíveis para realizar uma revolução na educação do Distrito Federal, que conta atualmente com 620 escolas.

Em discurso casado com a presidenciável Dilma Rousseff (PT), o candidato petista ao Governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, pretende implantar escolas técnicas nas cidades com mais de 50 mil habitantes.

Queremospromoverumagrande união pela educação no DF, que envolva toda a sociedade, saindo da creche, passando pelo ensino infantil, integral, técnico e uma universidade distrital, afirmou em encontro com professores e representantes do segmento estudantil no último dia 21. Temos um projeto de valorização dos professores.

Mas ,para isso, temos que investir também na questão física das escolas, em estrutura e em recursos humanos, defendeu.

Principal adversário do petista, o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) prevê a melhoria dos salários dos profissionais da educação, assim como programas de capacitação para os professores.

Sem incentivo, eles perdem a dedicação. Professores e médicos não podem ganhar o mesmo salário de um motorista do Senado, discursou em uma sabatina na Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Distrito Federal, na última terça-feira. Segundo Roriz, o valor repassado atualmente pelo Fundo Constitucional para a área está ultrapassado. A população duplicou daquela época até hoje. Brasília recolhe para o governo federal R$ 50 bilhões.

Mas só recebe em contrapartida R$ 7 bilhões. Temos que rever isso, sugere. Ele ainda pretende ampliar a escola de tempo integral e aparelhar as unidades de ensino com auditórios e laboratórios.

Reforma urgente Para Toninho do PSol, a área da educação será valorizada com a ampliação das horas em que os alunos permanecem nas escolas. Para isso, ele ainda defende a construção de mais instituições e uma reforma urgente nas já existentes. A maioria dos postulantes também aposta na valorização do professor.

Eduardo Brandão, candidato pelo PV, é um dos que incluiu a questão na proposta de governo.

Além disso, ele pensa em ampliar o sistema de creches públicas. Vamos identificar as pessoas que cuidam de crianças hoje de formaautônoma.Vamos remunerar, treinar e dar material pedagógico para quem já trabalha nessa área. O Estado tem de estar junto neste desenvolvimento, explica. Brandão ainda pretende utilizar os espaços culturais abandonados para desenvolver as atividades no contraturno das aulas.

O candidato a governador pelo PCB, Frank Svensson, prevê a retomada dos serviços públicos de qualidade. Newton Lins (PSL) pretende descentralizar e redistribuir os recursos financeiros às unidades de ensino e estabelecer parcerias públicoprivadas para que os alunos da rede pública de ensino possam utilizar as estruturas das escolas particulares. Assim, segundo ele, todos terão as mesmas condições de aprendizado. Ricardo Machado (PCO) propõe melhorias voltadas à população negra.

Ele prevê a implantação no sistema de cotas e o fim do vestibular.

O candidato pelo PSTU, Rodrigo Dantas, garante aumento salarial para os professores, educação em tempo integral e eleições diretas para a escolha dos diretores das escolas e das regionais de ensino