Título: Ajuda em Minas na semana que vem
Autor: Pariz, Tiago
Fonte: Correio Braziliense, 01/09/2010, Política, p. 4

Para tentar conter a crise entre PT e PMDB em torno da candidatura de Hélio Costa, comando da campanha acerta visita de Lula e Dilma no próximo dia 9

Com a crise instalada entre PT e PMDB em Minas Gerais, a cúpula dos dois partidos foi convocada ontem para colocar panos quentes dentro da campanha de Hélio Costa (PMDB). A estratégia passou por um périplo do ex-ministro Patrus Ananias (PT), vice de Costa, em Brasília, para tentar encontrar uma forma de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata do partido ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, aumentarem a presença no estado. Para tentar conter o avanço nas pesquisas de intenção de votos de Antonio Anastasia (PSDB), a ideia de Patrus e Costa é tentar nacionalizar a eleição mineira num embate entre Lula e o ex-governador Aécio Neves (PSDB).

Ficou acertada uma agenda conjunta em Minas em 9 de setembro. Foi o único aceno que o presidente fez ao petista. Hélio Costa pediu uma presença intensa, que incluía mais visitas ao estado e também uma gravação de telemarketing com Lula se apresentando e pedindo votos por telefone, a exemplo do que fez Aécio para Anastasia. Lula se negou. O que vocês querem que eu faça?, reclamou Lula. Precisamos saber quem tem uma liderança maior no estado: se o Lula ou o Aécio. Se o projeto de um estado democrático e popular ou um projeto neoliberal, afirmou Patrus.

Programas federais Segundo o petista, o sucesso de Anastasia e Aécio na corrida eleitoral deve-se às conquistas do governo federal. Todos os programas sociais em Minas são do governo federal. O governo estadual apropriou-se dessas propostas, atacou Patrus. Essa tentativa de nacionalizar o embate regional foi a saída encontrada diante da crise dentro da campanha de Hélio Costa. Patrus reuniu-se com o ministro da Secretaria-Geral, Luiz Dulci, e com Gilles Azevedo, responsável pela agenda de campanha presidencial petista, e depois encontrou-se com os presidentes do PT, José Eduardo Dutra; do PMDB e vice de Dilma, Michel Temer; e o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, dirigente licenciado do PDT. Também esteve com Moreira Franco, coordenador pelo PMDB da campanha de Dilma.