Título: Dívida pública cresce 3,8% em junho
Autor: Rodrigues, Azelma
Fonte: Valor Econômico, 22/07/2011, Finanças, p. C3

De Brasília

Depois de subir em maio, a participação de investidores estrangeiros na dívida pública interna brasileira em títulos voltou a cair em junho. Saiu de 11,45% para 11,11% do estoque de R$ 1,729 trilhão da dívida, correspondendo a R$ 192,14 bilhões, informou o Tesouro Nacional.

A parcela de não-residentes sofre oscilações desde o fim de 2010, quando o governo impôs barreiras na entrada de aplicações em títulos de renda fixa, tributando com a alíquota de 6% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Segundo relatório divulgado ontem, o estoque da dívida pública mobiliária federal interna (DPMFI) cresceu 3,86% em junho, para R$ 1,729 trilhão. O avanço está relacionado com a emissão líquida no valor de R$ 48,6 bilhões, somado à apropriação de juros no valor de R$ 15,65 bilhões.

A parcela referenciada na taxa Selic caiu de 35,14% em maio para 33,12% em junho, equivalente a R$ 572,88 bilhões. A parcela prefixada subiu de 37,43% em maio para 39,10% em junho, somando R$ 676,29 bilhões. A dívida atrelada a índice de preços evoluiu de 27,97% do total em maio para 28,14% em junho, equivalente a R$ 486,66 bilhões.

Já na parcela atrelada a câmbio, o Tesouro ficou credor em R$ 6,37 bilhões ou 0,37% da dívida total, contra uma posição também credora em maio, de 0,54% do total da dívida.

O coordenador-geral da Dívida Pública no Tesouro Nacional, Fernando Garrido, afirmou que as tensões no cenário internacional não têm gerado pressões sobre o custo da rolagem da dívida pública. "Não observamos nenhum impacto com relação às taxas no que se refere a nossos leilões aqui dentro", comentou Garrido. No passado, lembra, tais tensões geravam, pelos investidores, exigência de juros maiores para a rolagem da dívida interna. Agora, segundo Garrido, valem "os bons fundamentos da economia brasileira". Em junho, o Tesouro informou que o custo médio da dívida interna acumulado em 12 meses subiu para 12,36%, ante 12,30% em maio.

As emissões de títulos somaram R$ 71,17 bilhões no mês passado, incluindo R$ 30 bilhões para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dirigido ao Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Os resgates do mês atingiram R$ 22,57 bilhões, sendo R$ 17,75 bilhões em vencimentos de junho, a maior parcela em títulos atrelados à taxa básica Selic (R$ 17,11 bilhões em LFT).