Título: Em discussão, metas mais severas para banda larga
Autor: Moreira, Talita
Fonte: Valor Econômico, 10/08/2011, Empresas, p. B3

A proposta da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para as metas de qualidade do serviço de banda larga fixa pode entrar em consulta pública hoje, afirmou Emília Ribeiro, integrante do conselho-diretor do órgão regulador.

O objetivo com o documento é estabelecer parâmetros para as operadoras que oferecem conexões de banda larga, numa tentativa de melhorar a qualidade do serviço e reduzir as reclamações dos assinantes.

A proposta da agência é que as operadoras sejam obrigadas a entregar ao menos 60% da velocidade contratada pelos clientes - trata-se de uma média mensal que deverá subir gradualmente até atingir 80%.

As prestadoras de serviços deverão fornecer um software para que seus clientes possam acompanhar o desempenho da banda larga. Atualmente, as teles não têm nenhuma obrigação nesse sentido.

Outra exigência prevista estabelece que, em caso de falha, o reparo tem de ser feito em até 24 horas para 90% dos casos. "Tem gente que faz tudo pela internet. Um período sem acesso prejudica a vida dela. A banda larga é um serviço essencial", disse a conselheira, que participou ontem do ABTA 2011, congresso sobre televisão por assinatura.

Também está previsto no regulamento que a taxa de ocupação de cada enlace da rede seja de, no máximo, 80% de sua capacidade. Se passar desse percentual, a operadora terá 30 dias para ampliar essa capacidade. Do contrário, poderá ser penalizada - inclusive com a suspensão de seus serviços.

"O Brasil já é a sétima economia do mundo. Nossa internet também precisa ser uma das melhores do mundo", afirmou a integrante do conselho-diretor.

As regras terão validade para as empresas que têm mais de 50 mil assinantes - atualmente, são 13 operadoras. O Regulamento de Gestão da Qualidade do Serviço de Comunicação Multimídia ficará 30 dias em consulta pública, depois voltará ao conselho diretor da Anatel. Após a aprovação do documento, as operadoras terão nove meses para se adaptar.

As metas valem apenas para as prestadoras de banda larga fixa. A internet móvel será regida pelo regulamento de qualidade do Serviço Móvel Pessoal (SMP), que já passou por consulta pública e está na procuradoria-geral da Anatel. Mas, segundo Emília, esse documento ainda poderá ser alterado.

Em sua versão atual, o regulamento de qualidade da telefonia móvel prevê que a velocidade entregue seja de ao menos 50% do contratado nos horários de pico e de 70% no restante do tempo. No primeiro ano de vigência da regra, as metas seriam de 30% e 50%, respectivamente. No entanto, a área técnica deve revisar esses percentuais, de forma a torná-los mais rigorosos. (TM)