Título: Alckmin vence presidente em SP e Serra ganha no 1 turno
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Fonte: Valor Econômico, 07/04/2006, Política, p. A14

No maior colégio eleitoral do país, os tucanos saem em vantagem na disputa pela Presidência e pelo governo do Estado de São Paulo. Na primeira pesquisa Ibope realizada depois da oficialização das candidaturas de Geraldo Alckmin e José Serra, ambos do PSDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria derrotado pelo ex-governador por 28% a 46% no primeiro turno e 31% a 55% no segundo. A situação de Serra é mais confortável e o ex-prefeito paulistano venceria no primeiro turno, independente do adversário petista. A diferença entre o presidente Lula e Alckmin aumentou. Na sondagem anterior, realizada em fevereiro, os dois tinham a mesma intenção de votos (32%). O presidente permaneceu no mesmo patamar e Alckmin cresceu 14%, depois de ampla exposição nos meios de comunicação. O tucano comemora o resultado obtido no Estado, que detém 27 milhões de eleitores, correspondente a 22% do eleitorado nacional. A sondagem também foi lida por Serra com otimismo. A saída do tucano da prefeitura de São Paulo, mesmo depois de assinar um documento e comprometer-se publicamente a cumprir o mandato até o fim, não o prejudicou, segundo a sondagem do Ibope. Na disputa pelo governo do Estado, Serra venceria da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) por 51% contra 17%. A diferença de votos na disputa com o senador Aloizio Mercadante (PT) é maior e o tucano aparece com 55% e o petista, 7%. O gerente de projetos do Ibope, Mauricio Garcia, responsável pela pesquisa, analisa a disputa pelo governo do Estado como um terceiro turno da eleição municipal de 2004, quando Marte e Serra foram adversários. A diferença entre os dois está no mesmo patamar da eleição passada e os votos estão distribuídos de forma semelhante. Com direito a uma cadeira no Senado, São Paulo elegeria hoje, de acordo com o instituto de pesquisas, Eduardo Suplicy (PT). O senador aparece com 41%, seguido pelo ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (PMDB), com 21% e pelo vereador paulista José Aníbal (PSDB), com 14%. Tanto Aníbal quanto Quércia são cotados para a disputa estadual. O vereador paulista não quer abrir mão de sua pré-candidatura a Serra e pretende levar o impasse à convenção partidária, em junho, apesar de os dirigentes tucanos negarem que tal fato aconteça. Quércia cacifa seu nome para garantir a chance de disputar o Senado e foi procurado pelo PT e PSDB para aliança. A ex-prefeita Marta Suplicy acredita que o resultado eleitoral mudará com o desgaste de Serra por ter deixado a prefeitura paulistana. "Faltam seis meses para as eleições e o cenário eleitoral ainda vai mudar muito", disse ontem, por meio de nota. "O candidato Serra sofrerá o desgaste da perda de credibilidade com sua falta de palavra, já que usou a prefeitura como trampolim para ambições pessoais. O Estado é governado há 12 anos pelo PSDB, e agora pelo PFL, e nesse período não houve políticas de desenvolvimento regional e geração de empregos", contesta. O senador Aloizio Mercadante, depois de um dia de atividades com o presidente Lula em São Paulo, disse que tem vantagem no partido por ser um grande defensor e aliado do presidente e por "ter mais argumentos para usar contra os adversários". O senador disse também ter apoio de 53 dos 57 prefeitos petistas de São Paulo, da maioria da bancada federal e estadual, além do apoio de sindicalistas. A pesquisa Ibope não mediu a taxa de rejeição dos candidatos ao governo do Estado. Os aliados de Mercadante questionam a credibilidade dos resultados por favorecer Marta. O senador apresenta menor rejeição em outras pesquisas de opinião, entretanto teve resultado semelhante quanto à intenção de voto na última pesquisa realizada pelo instituto Datafolha, em 17 de março. O petista aparecia com 12% e Serra com 58%. A diferença de 46 pontos percentuais, é maior em relação a apresentada por Marta, de 36 pontos percentuais. O PT definirá o candidato à disputa no dia 07 de maio, em prévia com todos os filiados de São Paulo. O Ibope divulgou nota informando que a pergunta não foi realizada por um erro na pesquisa. A pesquisa foi realizada um dia depois do prazo final de desincompatibilização, entre 01 e 03 de abril. Na sondagem, encomendada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo, foram ouvidas 1204 pessoas, em 63 municípios de São Paulo. A margem de erro é de três pontos percentuais. No fim de semana o instituto Datafolha deve divulgar também uma sondagem eleitoral.