Título: Lula diz que SP cresceu mais em seu governo
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 07/04/2006, Política, p. A14

Pela primeira vez neste ano, o presidente Luiz Inácio Silva criticou a gestão do candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alckmin (PSDB) no governo paulista. Em uma cerimônia em Campinas (SP), afirmou estar para chegar o dia em que os políticos preferirão construir escolas a Febens. "Ainda chegará o dia neste país em que cada tijolo utilizado por cada governante será para gerar emprego e construir escola. Não será tijolo para construir cadeia, para construir Febem." Além da crítica direta à instituição, ponto fraco da gestão tucana no Estado, o presidente ironizou as constantes declarações de Alckmin de que a economia paulista cresce mais do que a do país. "Virou moda agora dizer que o Estado de São Paulo cresce mais do que o Brasil. Ah, o Rio de Janeiro cresce mais do que o Brasil, o Nordeste cresce mais do que o Brasil. Parece coincidência, mas esses Estados só estão crescendo mais do que o Brasil quando o Brasil começou a crescer no nosso governo", disse. Ainda em tom de ironia, Lula sugeriu ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP), líder do governo no Senado, um "estudo" para mostrar quantos desempregados surgiram em São Paulo. Ele lembrou o dado de que em fevereiro foram criados 176 mil novos empregos de carteira assinada no país, o maior número para o mês desde 1992. E continuou com a crítica: "A pergunta que eu faço é a seguinte: por que não cresceu antes de governarmos o país? Por que não cresceu nos últimos 8 anos?", questionou. Falando também aos empresários, Lula citou números de seu governo relacionados à educação. Segundo ele, em todo o país foram criados em seu governo quatro novas universidades federais, 43 extensões universitárias de universidades federais e seis faculdades foram transformadas em universidades. "Qual foi a última universidade que vocês (empresários) viram fazer aqui em São Paulo?", questionou Lula, que citou em território paulista novos cursos universitários em Santos, Diadema, Guarulhos, São Carlos e Osasco, além da criação da Universidade Tecnológica do ABC. No fim do discurso ele arrematou com a seguinte frase: "Estamos fazendo uma revolução que não é de curtíssimo prazo, que é de médio prazo, que é o que o Brasil precisa", afirmou.