Título: Acordo nos EUA sobre regras de imigração
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Fonte: Valor Econômico, 07/04/2006, Internacional, p. A15

Líderes republicanos e democratas do Senado dos EUA chegaram ontem a um acordo sobre a reforma da Lei de Imigração, o que deve solucionar a situação de mais de 11 milhões de pessoas que vivem nos EUA sem documento, mas representam forte mão-de-obra do país. A medida deve permitir aos imigrantes ilegais a dar entrada em pedidos de cidadania americana e participar de um programa temporário de emprego, que tem o apoio do presidente George W. Bush. Os senadores evitaram dar a aparência de anistia disfarçada aos cerca de 11 milhões de ilegais - como temiam os republicanos -, permitindo só aos que estão há mais de cinco anos em território americano de permanecer nos EUA e buscar a legalização. O projeto, que precisa ainda ser aprovado pela Casa, divide em três categorias os trabalhadores ilegais, baseando-se no tempo de permanência deles no país. Prevê a deportação dos ilegais que vivem no país desde janeiro de 2004. De volta em seu país de origem, esses imigrantes terão de entrar com um novo pedido de imigração para os EUA. Os estimados 3 milhões de imigrantes que entraram em território americano entre 2001 e 2004 teriam três anos para se legalizarem dentro do programa de trabalho temporário e pagar uma multa de até US$ 3 mil. Para receber esse tipo de visto, esses imigrantes seriam obrigados deixar o país e reentrar imediatamente. Uma vez com o visto, poderiam ficar até seis anos e, nesse período, pediriam um visto de residência permanente. Outros 7 milhões de imigrantes ilegais, que já vivem nos EUA há mais de cinco anos, poderiam manter seus trabalhos sob pagamento de multa de US$ 2 mil e atender a outros critérios do governo, como assistir aulas de inglês. Alguns republicanos disseram que continuarão a se opor à medida. "É inaceitável", disse Jeff Sessions, do Estado do Alabama. Líderes religiosos, empresários, sindicalistas e pró-imigrantes farão marchas em 60 cidades na segunda-feira, para exigir uma reforma migratória integral. Uma greve geral em todo o país deve ocorrer no dia 1º de maio, conforme fora anunciado pela coalizão de organizações sindicais e hispânicas dos EUA. Antes de entrar em recesso, na semana que vem, o Senado também tentará aprovar políticas imigratórias mais amplas, que incluem o fortalecimento da segurança nas fronteiras.