Título: Restrição não prejudica carne bovina
Autor: Alda do Amaral Rocha
Fonte: Valor Econômico, 07/04/2006, Agronegócios, p. B14

O embargo parcial da Rússia ao Brasil por causa da aftosa não prejudicou as exportações de carne bovina. Em março, as exportações foram recordes para o mês, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec). Os embarques de carnes in natura, industrializada e miúdos geraram uma receita de US$ 298,512 milhões em março ante US$ 235,018 milhões em igual mês de 2005. Em volume, foram 129.576 toneladas, 14,54% mais que em março do ano passado. Só a Rússia comprou 17.299 toneladas de carne in natura em março, firmando-se como o principal destino da carne brasileira. O presidente da Abiec, Pratini de Moraes, que apresentou os dados após reunião do Conselho Empresarial Brasil-Rússia, disse que as vendas ao país não foram afetadas porque os frigoríficos redirecionaram a produção destinada à Rússia para Estados que não foram proibidos de exportar. "O maior problema é para a carne suína. A carne bovina continua a crescer apesar do embargo", reconheceu Pratini. Do total exportado em março, US$ 215,8 milhões foram carne in natura e US$ 63,477 milhões industrializada. No primeiro trimestre deste ano, as vendas externas de carne bovina somam US$ 761,7 milhões, 22,8% mais que no mesmo período de 2005. Em volume, foram 335.305 toneladas, 11,68% de crescimento na comparação com os três primeiros meses de 2005, segundo a Abiec. Pratini - que dissera durante o encontro esperar que a Rússia não fique tentada a impor tarifas de importação restritivas depois que entrar na Organização Mundial do Comércio - afirmou que prefere negociar com o país do que com a União Européia, que obedece as regras sanitárias internacionais, mas coloca taxas de 176% sobre a carne importada. A tarifa russa é de 40%. "As últimas negociações mostram que UE e Estados Unidos não estão dispostos a fazer concessões. O Brasil tem de investir em países que estão comprando. Esquecer EUA, UE e Japão", defendeu o presidente da Abiec. (AAR)