Título: Liminar garante quebra de sigilo de fornecedores da gestão Marta
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 28/04/2006, Política, p. A6

A Justiça de São Paulo concedeu ontem liminar requisitada pelo Ministério Público do Estado que pede a quebra do sigilo bancário e fiscal de fundações e consultorias que prestaram serviço à Prefeitura de São Paulo durante a gestão de Marta Suplicy.

Na ação, o Ministério Público afirma que, no atual estado das investigações, conseguiu identificar "um impressionante esquema para desvio de recursos públicos, mediante indevida contratação direta e sem licitação de fundações de direito privado", todas elas ligadas direta ou indiretamente ao PT.

Para o MP, a contratação dessas fundações seguiu o critério de "militância político-partidária", que funcionava como uma espécie de "credencial" para a prestação de serviços para a prefeitura.

As principais entidades visadas são o Instituto Florestan Fernandes (IFF) e o Sampa.Org. O primeiro, fundado por iniciativa do diretório municipal do PT de São Paulo, em 1999, e que tinha Marta Suplicy como uma das integrantes de seu conselho. O segundo, criado como um projeto do IFF, a partir de uma proposta conjunta de, entre outras pessoas, a então presidente do Florestan Fernandes, Marta Suplicy.

Em nota à imprensa, Marta afirma que "todas as contratações realizadas pela prefeitura na gestão anterior obedeceram rigorosamente às determinações legais", em referência à Fundação Getulio Vargas e Fundep. Ainda de acordo com a ex-prefeita, as duas fundações são conhecidas por trabalhar com "profissionais, entidades e organizações" respeitadas.

A presidente do IFF, Maria Teresa Augusti, afirmou que as ações da entidade seguiram "parâmetros legais e éticos".