Título: Aprovação empata em Ibope e Datafolha
Autor: Rodrigues , Azelma
Fonte: Valor Econômico, 11/08/2011, Política, p. A12

O governo da presidente Dilma Rousseff foi considerado bom ou ótimo por 48% dos entrevistados na pesquisa da CNI/ Ibope, divulgada ontem. O índice recuou na comparação com o último levantamento do instituto, realizado em março, quando a avaliação positiva da gestão petista atingiu 56%.

Há três dias, pesquisa do instituto Datafolha havia conferido ao governo o mesmo índice de aprovação, de 48%. As avaliações diferem porque, para este último, o patamar se manteve estável em comparação com o levantamento feito em março (47%). O CNI/Ibope apontou uma queda de oito pontos percentuais no mesmo período.

Da mesma maneira, se o Datafolha mostrou uma variação de 7% para 11% nos que consideram o governo Dilma ruim ou péssimo, para o CNI/Ibope o índice de descontentes mais que dobrou, aumentando de 5% para 12% os que consideram o governo ruim ou péssimo.

Os números apresentados pelos dois institutos coincidem na constatação de que, quanto mais jovem o pesquisado, menor o percentual de avaliações positivas do governo. Na outra ponta, no entanto, as pesquisas diferem. Se, para o CNI/Ibope, a gestão Dilma tem avaliação positiva abaixo da média entre os entrevistados com 50 anos ou mais (45%), o Datafolha mostra que, entre os que estão na faixa dos 45 a 59 anos, 49% aprovam o governo, percentual que sobe para 50% entre pesquisados com mais de 60 anos.

Ambos os institutos mostram que o governo tem melhor avaliação entre as mulheres. Os índices coincidem: em ambos, 49% das mulheres aprovam a gestão, contra 46% de homens satisfeitos.

O aumento da insatisfação popular com todas as áreas de atuação do governo, em especial com a alta dos juros, somado às denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes foram as causas da queda na avaliação do governo Dilma. A percepção de que o noticiário ficou desfavorável mais que triplicou, enquanto o percentual daqueles que identificam notícias favoráveis caiu dez pontos percentuais.

A crise nos Transportes e a demissão do ministro Alfredo Nascimento, tal como de diretores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) foi a notícia que mais chamou a atenção entre aquelas citadas de forma espontânea, seguida pela queda do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci. Em terceiro lugar, foi citada a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a favor da união entre pessoas do mesmo sexo. As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), carro-chefe da campanha presidencial, foram só o décimo assunto mais lembrado. O percentual de desconhecimento das ações do governo é alto: 45% dos entrevistados não sabiam de qualquer notícia a respeito.

O governo Dilma é mais bem avaliado no Nordeste (52%). O índice, no entanto, é próximo aos 45% registrados no Sul, onde a gestão teve o pior desempenho.

Em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 57% das pessoas entrevistadas avaliam que a gestão de Dilma é igual à de seu antecessor, 3% a classificam como melhor e 28%, pior. A expectativa sobre o restante do governo até 2014 ainda é positiva, mas caiu de 68% em março para 55%. Entre os que esperam um governo ruim ou péssimo, o percentual saltou de 5% para 13% dos entrevistados.

A pesquisa foi realizada com 2.002 pessoas entre os dias 28 e 31 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.