Título: Emprego formal cresce em março, mas ritmo é inferior ao de fevereiro
Autor: Murillo Camarotto
Fonte: Valor Econômico, 27/04/2006, Brasil, p. A4
O número de empregos com carteira assinada criados em março totalizou 76,455 mil, 56,7% a menos do que os 176,632 mil postos criados em fevereiro. No confronto com março de 2005, quando foram abertas 102,965 mil vagas, a desaceleração foi de 25,7%. Os dados constam do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados ontem pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. No primeiro trimestre, foram criados 339,7 mil empregos formais, com 16,5% de alta em relação ao número de vagas criadas no mesmo período de 2005.
Apesar da desaceleração na criação dos novos empregos formais no mês passado, Marinho prefere avaliar os números de forma positiva. Ele disse que os postos continuam sendo criados. Em comparação com o estoque total de empregos formais, o resultado de março indicou uma elevação de 0,29%, para um total de 26,39 milhões de empregados. Os fatores sazonais, como antecipação de safra e período de chuvas, também podem ter influenciado o ritmo das contratações, na visão do ministro.
O setor de serviços e a indústria de transformação foram os que apresentaram os melhores resultados, com a criação de 65,78 mil postos de trabalho. Desses, 40,72 mil correspondem ao setor de serviços. O comércio e a administração de imóveis, juntamente com o ensino, foram os principais empregadores de março.
Os 25,06 mil empregos criados pela indústria de transformação correspondem a uma alta de 6,38% em relação a fevereiro. Líder na geração de vagas no setor, as fabricantes de borracha, fumo, couros e peles criaram 8,98 mil empregos. A construção civil criou 5,2 mil postos e a administração pública contratou 5,96 mil pessoas. Já o comércio demitiu 8,5 mil trabalhadores em março.
A maior expansão do emprego formal em março ficou por conta da região Sudeste, onde foram criados 70,97 mil postos. Em seguida aparecem as regiões Sul (11,96 mil), Centro-Oeste (10,07 mil) e Norte (1.44 mil). A região Nordeste foi a única que demitiu, registrando 17,99 mil baixas.