Título: IBGE detecta queda de 4,13% nas vendas do varejo
Autor: Raquel Salgado
Fonte: Valor Econômico, 20/04/2006, Brasil, p. A2

As vendas no comércio varejista brasileiro caíram 4,13% em fevereiro na comparação com janeiro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, já com ajustes sazonais, representa uma reversão da trajetória de alta verificada desde outubro do ano passado. Em relação a fevereiro de 2005, as vendas ainda apresentam resultado positivo de 5,35%.

O crescimento registrado nos meses anteriores foi favorecido pela redução das taxas de juros, aumento da oferta de crédito e pelo incremento da renda dos brasileiros.

O coordenador da pesquisa do IBGE, Reinaldo Pereira, afirma que a queda não significa uma reversão de tendência e considerou que o mês de janeiro teve um resultado "atípico" e "muito forte". Em janeiro, as vendas subiram 4,12% em relação a dezembro (número revisado).

Ele lembra ainda que, apesar da forte queda observada em fevereiro, a média móvel trimestral se mantém em trajetória de alta. "Parece que fevereiro foi um resultado pontual. Temos que aguardar março para verificar", diz o coordenador da pesquisa.

Segundo o IBGE, entre janeiro e fevereiro houve queda nas quatro atividades que compõem o índice com ajustes sazonais: tecido, vestuário e calçados (-3,14%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,44%); combustíveis e lubrificantes (-1,92%); móveis e eletrodomésticos (-0,04%).

Somente os supermercados e hipermercados, que compõem um segmento que tem forte peso na composição do índice, tiveram uma queda de vendas de 4,2%. De acordo com o IBGE, porém, trata-se de um efeito estatístico após a a forte alta verificada em janeiro (7,02%).

No plano regional, 22 das das 27 unidades da federação obtiveram resultados positivos no volume de vendas na comparação fevereiro/06-fevereiro/05. As maiores variações ocorreram em Roraima (31,21%), Acre (22,87%), Amapá (20,35%), Maranhão (17,04%) e Amazonas (14,77%). As quedas ocorreram em Mato Grosso (-12,11%); Rio Grande do Sul (-4,99%); Rondônia (-0,72%); Pernambuco (-0,66%) e Minas Gerais (-0,26%)

Na comparação entre fevereiro e o mesmo mês do ano passado, o coordenador avalia que a oferta de crédito e o aumento do rendimento médio real permanecem impulsionando a alta nas vendas. O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo teve o maior impacto positivo sobre o índice: alta de 7,27%. Em fevereiro de 2006, somente os setores de combustíveis e lubrificantes e de livros e jornais, revistas e papelaria apresentaram decréscimos.

A Pesquisa Mensal de Comércio é realizada pelo IBGE em todo o país. Para mensurar o desempenho do setor, o IBGE apura a receita bruta de revenda das empresas varejistas formais com 20 ou mais pessoas ocupadas. Ao todo, são 9 mil informantes em todo o país. (Agências noticiosas)