Título: Agnelo lidera disputa
Autor: Tahan, Lilian; Tokarski, Marcelo
Fonte: Correio Braziliense, 02/09/2010, Cidades, p. 31
Pesquisa do Instituto CB Data mostra petista na frente, com 40% das intenções de voto para governador, contra 34% de Joaquim Roriz. Na simulação de segundo turno, diferença é de oito pontos percentuais
Se as eleições para o Governo do Distrito Federal fossem hoje, Agnelo Queiroz (PT) estaria em vantagem em relação a Joaquim Roriz (PSC). Pesquisa realizada pelo Instituto CB Data revela que o petista está na liderança, com 40% das intenções de voto. O ex-governador vem em segundo lugar, reunindo 34% da preferência dos eleitores. Os dados referem-se à abordagem estimulada, quando é apresentada às pessoas entrevistadas uma lista com os nomes de todos os candidatos inscritos na disputa.
A folga eleitoral de Agnelo sobre Roriz, no entanto, é pequena. Se considerada a variação possível a partir da margem de erro de seis pontos percentuais - três pontos para cima ou três para baixo - os dois concorrentes mais bem lembrados pelos eleitores estão na margem de um empate técnico. A pesquisa foi realizada pelo Instituto CB Data a pedido do Correio Braziliense e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) com a inscrição 28640/2010 e no Superior Tribunal Eleitoral (TSE) sob o número 27326/2010. Os questionários foram aplicados a 1.100 eleitores do Distrito Federal entre 29 e 31 de agosto.
O Instituto CB Data realizou uma simulação de segundo turno entre os dois postulantes mais bem colocados na pesquisa. Nesse caso, Agnelo venceria, alcançando 43% dos votos, contra 35% atribuídos a Roriz. A diferença é superior à margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. A essa altura da disputa, no entanto, não é possível afirmar se as eleições para o governo terão ou não segundo turno. Toninho do PSol tem 2% das intenções de voto e Eduardo Brandão reúne 1%. Os demais concorrentes não pontuaram porque tiveram menos de 0,5% das intenções de voto entre as pessoas abordadas.
A variação entre os candidatos associada à intenção de votos nulos, de 8%, ou de votos indecisos/brancos, cujo índice é de 14%, não permite dizer se haverá ou não segundo turno. Isso porque, apesar de a simulação indicar que Agnelo, que tem 40% da preferência do eleitorado, ultrapassaria a soma dos votos de todos os outros concorrentes (38%) com dois pontos percentuais de vantagem, a margem de erro de três pontos para mais ou para menos deixa o cenário incerto. Segundo a legislação eleitoral, para vencer em primeiro turno um candidato precisa receber maioria absoluta, ou seja, ultrapassar em pelo menos um voto a soma recebida por todos os demais adversários.
Quando a sondagem foi espontânea, situação em que os entrevistados não puderam consultar a lista de candidatos, Agnelo também aparece na frente, com 31%. O ex-governador Roriz é a escolha de 25% do eleitorado. Os demais pretendentes ao governo somam outros 4%. Toninho do PSol e Eduardo Brandão têm 1% da preferência cada um. O índice de indecisos na pesquisa espontânea ainda é considerado significativo: 30% dos entrevistados se mostraram indecisos ou disseram pretender votar em branco. Outros 9% disseram que pretendem votar nulo.
Interesse Paralelamente ao alto índice de votos indecisos, brancos e nulos, a pesquisa mediu o grau de interesse dos entrevistados no processo eleitoral. O levantamento apontou que o universo de pessoas mais ou menos interessadas (34%) ou desinteressadas (28%) abrange 62% dos participantes do levantamento. Esse distanciamento pode ser atribuído a dois fenômenos. O primeiro deles está associado à própria dinâmica da legislação eleitoral, que com uma série de restrições acabou inibindo a manifestação política durante a campanha. Outra situação tem a ver com o desgaste político por que passou o DF no último ano, circunstância que acaba afastando as pessoas do processo eleitoral, diz o coordenador da pesquisa, Adriano Cerqueira.
Apesar do baixo interesse, boa parte dos entrevistados demonstrou saber quem são os dois candidatos na dianteira. Seis em cada 10 pessoas abordadas disseram que conhecem bem Roriz e apenas 32% afirmaram o mesmo sobre Agnelo. Um quarto das pessoas ouvidas responderam que conhecem o petista só por nome. No caso de Roriz, esse índice é menor, de 9%. A pesquisa aferiu ainda o chamado grau de aceitação dos candidatos, quando o entrevistado que disse conhecer bem ou mais ou menos ou só de nome o concorrente foi questionado se o candidato de sua preferência seria o único em quem votaria. Os dados mostram que 31% votariam apenas em Agnelo e outros 31%, apenas em Roriz. A rejeição do ex-governador, no entanto, é maior: 38% dos entrevistados disseram que não votariam em Roriz de jeito nenhum. No caso de Agnelo, a rejeição foi de 23%.
CB Data
» O Instituto CB Data foi criado em 2006 e atende exclusivamente a demanda do Correio Braziliense por pesquisas eleitorais. O Instituto CB Data, a exemplo do EM Data, que trabalha para o jornal Estado de Minas desde 2002, não atende partidos políticos nem candidatos. Nas eleições de 2006, o CB Data realizou seis pesquisas de opinião durante a campanha no DF.