Título: ACC soma US$ 34 bi até agosto e bate recorde pré-crise
Autor: Travaglini , Fernando
Fonte: Valor Econômico, 25/08/2011, Finanças, p. C1

A combinação de dólar mais forte e taxas de juros historicamente baixas no exterior vem turbinando a concessão de adiantamentos de contrato de câmbio (ACC). Os fechamentos de financiamentos do tipo ACC com exportadores somam US$ 34,3 bilhões no ano até o dia 19 de agosto, de acordo com dados do Banco Central (BC), praticamente o mesmo volume feito ao longo de todo o ano passado (US$ 37,6 bilhões).

Os exportadores estão aproveitando o cenário de liquidez internacional para mercados emergentes e a cotação do dólar, que fica acima de R$ 1,60 em alguns dias, para fechar operações de câmbio, visto que a perspectiva de médio prazo ainda é de apreciação da moeda brasileira. Além disso, o juro médio do ACC, cuja base é a taxa Libor, está próxima a 5% para seis meses, chegando a 2% para empresas de primeira linha.

Com isso, o volume de ACC até agora é o mais alto da série histórica para o período e deve superar o ritmo pré-crise, acredita Allan Toledo, vice-presidente do Banco do Brasil, que detém um terço desse mercado. Em 2007, melhor ano da modalidade, as concessões atingiram US$ 46 bilhões, mas em agosto estavam em US$ 30 bilhões, menos do que neste ano, portanto. Em 2008, o desempenho foi bastante semelhante até a quebra do banco americano Lehman Brothers, em setembro, que secou as linhas externas.

Os recursos captados por essa linhas são antecipações em reais para financiar as exportações, mas, dadas as taxas historicamente baixas, muitos empresários também especulam, aproveitando para ganhar com aplicações prefixadas em reais aqui no Brasil, segundo fontes de mercado.