Título: Petróleo eleva bolsas nos EUA e derruba na Europa
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Fonte: Valor Econômico, 19/04/2006, Finanças, p. C2

As bolsas de valores dos Estados Unidos fecharam em forte alta ontem, depois que o preço do petróleo atingiu novos recordes. Isso motivou os investidores a comprarem maciçamente ações do setor de energia. Ao mesmo tempo, a ata da mais recente reunião do Federal Reserve (Fed) reafirmou expectativas de que o banco central americano está perto do fim do ciclo de aumentos das taxas de juros.

O índice Dow Jones apresentou o maior avanço percentual em quase um ano. Subiu 1,76%, a 11.268 pontos. O Standard & Poor's 500 registrou valorização de 1,74%, a 1.307 pontos. O Nasdaq disparou para 2.356 pontos, com alta de 1,95%.

A divulgação da ata do Fed durante a tarde estendeu o movimento de valorização verificado nos mercados acionários durante a manhã. Os papéis estavam subindo porque sólidos lucros de empresas minimizaram as preocupações com o impacto do aumento do petróleo sobre os resultados corporativos.

Os papéis do Merrill Lynch subiram 1,17%, após a maior corretora dos EUA anunciar lucro trimestral maior que o esperado. Na Nymex, os contratos de petróleo com entrega em maio subiram US$ 0,95, a US$ 71,35 por barril, após terem atingido o pico histórico de US$ 71,60 durante o dia, devido a temores quanto ao fornecimento por parte de Irã - candidato a nova intervenção militar americana devido a sua férrea decisão de manter seu programa nuclear - e Nigéria, cuja redução do fornecimento já dura três meses.

As bolsas européias fecharam em queda - com exceção de Londres -, derrubadas pelo mesmo fator que valorizou as ações nos Estados Unidos: os preços do petróleo. Em Londres, o barril do óleo (tipo brent) fechou no valor recorde de US$ 72,20. Fornecedoras de matéria-prima impulsionaram o mercado londrino.

"Temos de nos acostumar aos preços mais altos do petróleo. Esse é um fator no futuro que você tem de calcular. Não acho que é hora de entrar em pânico", disse Philipp Musil, administrador de fundos do Constantia Privatbank. O petróleo puxou os papéis de empresas de energia. Os da BP subiram 1,24%, os da Total, 1% e os da Royal Dutch Shell, 1,44%.

As ações de mineradoras também subiram, após o cobre e o zinco atingirem novas máximas. As da BHP Billiton subiram 5%, as da Rio Tinto, 3,8% e as da Anglo American, 2,4%. Os papéis de companhias aéreas e de viagem estiveram entre as maiores perdas. Air France KLM fechou em baixa de 1,9% e os da Ryanair, de 2,1% por conta do petróleo.

O índice Financial Times subiu 0,24%, para 6.044 pontos. O DAX (Frankfurt) recuou 0,27%; o CAC-40 (Paris), perdeu 0,13%.