Título: Amplia-se exoneração nos Transportes
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Fonte: Valor Econômico, 27/07/2011, Política, p. A8

O Diário Oficial da União publicou ontem a demissão do assessor especial do ministro dos Transportes Wilson Wolter Filho. A exoneração foi assinada pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman. De acordo com a publicação, a exoneração se deu a pedido do exonerado.

Outra portaria assinada pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT), Bernardo Figueiredo, exonera o contador Paulo Henrique da Silva Costa de cargo técnico em comissão na agência.

Ao todo, já somam 18 as demissões por causa das denúncias de superfaturamento e pagamento de propina envolvendo o ministério, a Valec e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes), incluindo o ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM).

O Ministério dos Transportes é alvo de suspeitas de corrupção após reportagem da revista "Veja", revelar suposto esquema de pagamento de propinas em obras federais da Pasta.

Na segunda-feira o diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, havia pedido demissão do cargo. Segundo nota do Ministério dos Transportes, Pagot cancelou férias, que iriam até o dia 4 de agosto, e solicitou à presidente Dilma Rousseff sua exoneração. Um dia após entregar ao governo a carta de demissão Pagot disse ao portal G1 que irá abrir uma empresa de consultoria para atuar com projetos na área de navegação.

"Estou começando vida nova. Já estou na iniciativa privada. Vou abrir uma empresa de consultoria de projetos na área de navegação. Já estou muito envolvido e discutindo projetos de navegação no Rio Tapajós. Não posso parar. No final do mês vencem as contas", disse Pagot.

Pagot disse que sua nova empresa já está trabalhando em projetos de navegação para o Rio Tapajós e para os rios Paraná-Paraguai, na fronteira.

"Tem muita gente que mexe com isso [navegação], mas que conhece [o ramo] são poucos. E não é falsa modéstia, mas entendo disso como poucos. Estudei muito, continuei me aperfeiçoando. Agora volto para exercer o que tenho de expertise."

Ainda segundo o ex-diretor, os planos de voltar para iniciativa privada já eram conversados com o senador Blairo Maggi (PR-MT), amigo para quem já trabalhou no passado.

Antes de deixar o cargo, Pagot foi ao Palácio do Planalto e entregou para o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, uma carta lacrada endereçada a presidente Dilma Rousseff. Sobre o conteúdo do documento, ele evitou falar.