Título: Em ritmo acelerado
Autor: Silveira, Igor
Fonte: Correio Braziliense, 31/08/2010, Brasil, p. 9

Em um mês de trabalho, funcionários do IBGE já visitaram48%da população, o equivalente a 92,7 milhões de pessoas. Índice que chama a atenção, por enquanto,éodemoradorespor casa, que caiu de 3,79em2000 para 3,37 agora

Borá, cidade a 520km de São Paulo, tinha, em junho de 2006, 834 eleitores.

Com o fim da coleta de dados para o Censo 2010o município foi o primeiro do Brasil a ter todos os domicílios recenseados , constatou-se que o número de moradores contabilizados805é ainda menor que o de cidadãos que deverão comparecer às urnas da localidade em outubro próximo.

O segundo balanço desta edição da pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi divulgado ontem, no Rio de Janeiro, e revelou que 48% dos brasileiros foram recenseados em ummês de visitas dos funcionários.

A porcentagem equivale a cerca de 92,7 milhões de pessoas.

Das informações levantadas até agora, uma chamou a atenção dos especialistas: a redução da média de moradores por casa, que passou de 3,79 em 2000 para 3,37 em 2010.

O balanço mostrou, ainda, que dos 36,7 milhões de residências visitadas, os funcionários do IBGE conseguiram fazer as entrevistas em 27,5 milhões.

Os responsáveis pelo Censo 2010 estão satisfeitos com o andamento da pesquisa. De acordo com o presidente do órgão, Eduardo Pereira Nunes, o ritmo está acima do esperado para o período. A pesquisa foi concluída em outros sete municípios Oliveira de Fátima (TO), Santo Antônio do Rio Abaixo (MG), Lajeado Grande (SC), Arvoredo (SC), Pinheiro Preto (SC), Entre Rios (SC) e Fernando de Noronha (PE).Os bons resultados são creditados ao avanço tecnológico que permitiu que a coleta e o processamento dos dados fossem feitos mais rapidamente.

Mas se segue sem problemas em boa parte das cidades, nos estados de São Paulo, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, por exemplo, a ida dos recenseadores às ruas foi atrasada pela falta de coletes, que não foram entregues na data combinada com os fornecedores.Mesmo com a aposentadoria das fichas de papel, utilizadas até 2000, e a adoção dos computadores de mão, os PDAs (sigla para Personal Digital Assistant), outros obstáculos impedem uma eficiência maior por parte dos funcionários.Muitas vezes, eles são obrigados a retornar mais de uma vez aos endereços para realizarem as entrevistas.

O presidente do IBGE não parece tão preocupado com esses gargalos e continua otimista.

Segundo ele, houve uma queda na quantidade de domicílios fechados, ou seja, onde há evidência de moradores, mas que não estão no local naquele momento. Há duas semanas, quando divulgamos o primeiro balanço do Censo 2010, esses domicílios representavam 15% do total. Agora, são 10%. Fechamos, neste momento, um terço do período de tempo de trabalho e já recenseamos 48% da população, ressalta Nunes.

Tempo real Até 31 de outubro, quando a coleta de dados será concluída, os brasileiros poderão acompanhar, em tempo real, as atualizações do Censo 2010 pela internet.

No endereço eletrônico www.censo2010.ibge.gov.br/resultados.

php, o usuário tem acesso aos números correspondentes à população e aos domicílios recenseados nos 5.565 municípios em território nacional.

O objetivo do IBGE é divulgar o número total de brasileiros, atualizado, em 27 de novembro.

O restante das informações estarão disponíveis somente no próximo ano.

No Distrito Federal, o ritmo do Censo acompanha o registrado nacionalmente. EmBrasília e nas regiões administrativas, 48,4% da população foi recenseada até ontem. O banco de dados registra, até o momento, cerca de 1,27 milhões de pessoas na região. Os dois estados mais próximos de finalizarem as coletas de dados são Rondônia, com 64,27% de recenseados, e Paraíba, com 61,76% de moradores entrevistados.

No Acre, pela dificuldade de acesso a determinados locais, há o menor número de cidadãos visitados, somente 35,8%. Em seguida, vem o Rio Grande do Sul, com 40,7%, que começou a coleta mais tarde em relação aos outros estados. Também pela dificuldade de acesso, o Amazonas é o terceiro estado menos recenseado, com 42,82%.