Título: Petistas veem pré-disputa inalterada em SP
Autor: Lima, Vandson
Fonte: Valor Econômico, 06/09/2011, Política, p. A6

Enquanto a senadora Marta Suplicy (PT) se mostrou otimista com os resultados obtidos em pequisa de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo divulgada ontem pelo instituto Datafolha, seus correligionários foram cautelosos em relação à dianteira da ex-prefeita da capital apontada pela sondagem. Pela manhã, vereadores do partido se reuniram com o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. O resultado foi considerado "esperado" pelos participantes, sem poder para provocar mudanças no xadrez partidário, no qual Marta encontra resistência em relação aos outros postulantes.

Nos quatro cenários em que seu nome é citado, Marta lidera, com percentuais entre 29% e 31%. "Eu nunca saí [da liderança]. Eu sempre tive 30% [nas pesquisas] e ele sempre teve 2%", disse a senadora, ao se referir ao percentual alcançado por Fernando Haddad, ministro da Educação e que também pleiteia a indicação do PT.

Entre os 11 vereadores petistas, Marta conta com o apoio apenas de Juliana Cardoso. Três vereadores preferem a candidatura de Haddad; outros três apoiam o deputado federal Jilmar Tatto e os quatro restantes, entre eles o presidente do diretório municipal do PT, Antônio Donato, estão indecisos. Na reunião, Mercadante confirmou aos vereadores que não está entre os que vislumbram candidatura. "Não serei candidato. A presidente Dilma Rousseff pediu para que eu ficasse no governo", relatou o ministro.

A senadora diz não se abater com a rejeição de 30% dos eleitores. "Não vejo minha pré-candidatura esmorecer. Vejo minha candidatura forte", disse. Haddad aparece com rejeição de 12% dos pesquisados. Para Marta, a preferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por um "nome novo" é fruto de sua característica em propor alternativas, que "às vezes dão certo, às vezes não dão". No entanto, o apoio de Lula, de acordo com o Datafolha, pode ser decisivo: 40% dos entrevistados disseram que votariam em um candidato apoiado pelo ex-presidente.

A pesquisa mostra o prefeito Gilberto Kassab (sem partido) como o padrinho político menos prestigiado pelo eleitorado. Apenas 15% dizem que optariam pelo candidato de Kassab, enquanto 38% não votariam em um indicado pelo prefeito. A influência do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), seria levada em conta positivamente por 27% e 26% seguiriam a indicação da presidente Dilma.

A rejeição de 32% dos pesquisados à gestão de Kassab foi considerada uma avaliação "precoce" pelo prefeito, que participou de um seminário sobre regiões metropolitanas junto com Marta Suplicy. "A abordagem ocorreu em um momento que as pessoas não estão focadas na eleição. Numa fase eleitoral, que é o que vale, elas analisam mais", afirmou.

Também presente ao evento, o secretário de Desenvolvimento Metropolitano do Estado, Edson Aparecido (PSDB), minimizou o fraco desempenho dos possíveis candidatos de seu partido na pesquisa. "A pesquisa, nesse momento, é recall. A sociedade ainda não está antenada na eleição", avaliou. No melhor cenário para os tucanos, sem Marta na disputa, Serra obtém 19% das intenções de voto, empatado com o ex-deputado federal Celso Russomanno (PP).