Título: Inflação sob controle
Autor: Caprioli, Gabriel
Fonte: Correio Braziliense, 31/08/2010, Economia, p. 15

Em meio às desconfiança do mercado quanto à contaminação política do Banco Central, o Comitê de PolíticaMonetária (Copom) inicia hoje a reunião que definirá a taxa básica de juros (Selic) que vigorará pelos próximos 45 dias. A grande maioria do mercado aposta na interrupção do ciclo de alta iniciado em abril, com os juros ficandoem10,75%.

Na opinião de Cristiano Souza, economista do Banco Santander, a possível estabilidade da Selic no atual nível não deve reduzir a pressão do mercado por taxas maiores para financiar a dívida pública. A razão é simples. Pelas nossas contas, a Selic encerrará o ano em 10,75%, mas deve subir para 13% em 2011. Ou seja, a parada no aperto monetário só teria impacto (nas taxas exigidas pelo mercado para a compra de títulos públicos) se todos os agentes esperassem uma inflação estável para o próximo ano, disse.

De acordocomoboletimFocus divulgado pelo BC ontem, as instituições financeiras reduziramaestimativa da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano para 5,07%. Foi a segunda queda seguida, mas dificilmente as expectativas dos agentes econômicos vão convergir para o centro da meta definida pelogoverno,de4,5%.Para 2011, as projeções subirampara 4,87%, depois de permanecerem estacionadas porumlongo período em 4,80%.Na segunda prévia do mês, o Índice Geral de Preços doMercado (IGP-M), usado para corrigir os aluguéis, deu um salto de 0,77%. (GC)